Wednesday, April 07, 2010

Quando o meu óbvio não é o seu óbvio.




Isso acontece, e muito. Em alguns momentos estamos mergulhados em uma discussão, e não sabemos bem qual é a nossa opinião. Paramos, olhamos, escutamos e pensamos. Vamos juntando pedaços de opiniões para poder formar nossa própria.

Minha preocupação está naqueles momentos em que nossa opinião nos é absolutamente óbvia.
É nesta hora que nossas chances de não perceber um aspecto importante cresce. E nossa decisão fica perigosa. Sempre haverão variáveis e fatos que nossa percepção não conseguiu abraçar. Sempre haverá uma informação que nos escapou, uma forma de ver a questão que não nos passou pela cabeça ou uma opinião importante que não escutamos. Nossa visão sobre a questão jamais será absoluta, ainda que naquele momento nos seja tão clara e óbvia, que tenhamos certeza de ter analisado todas as variáveis. Acho que é importante aprender a escutar mais, perguntar mais e colocar nossa opinião em dúvida, exatamente quando temos certeza. Como bem disse Nietzsche: “A maior inimiga da verdade não é a mentira. É a convicção.” Mas, que não restem dúvidas:
Não é fácil duvidar de si mesmo quando se tem certeza!

Pra mim, o segundo ponto é: O que fazer com aquela opinião que você já manifestou tão efusivo e certeiro? Se tiver a maturidade e a habilidade de seguir escutando outras opiniões e visões e acabar mudando de idéia, resta ter a coragem de assumir isto. Assuma o caráter mutável das opiniões. Mesmo da sua. Acho que ter essa coragem é fundamental pra alguém que quer ter suas opiniões seriamente levadas em consideração.

Fiquei pensando em mim mesmo, e, a foi assim que nasceu estes parágrafos. Não tenho problema em mudar de opinião. Mas não deixar minhas certezas me impedirem de avaliar melhor e seguir escutando, este é um desafio que estou me imposndo cada vez mais. Ao mesmo tempo tenho muita consciência da parcialidade das opiniões, e preciso também cuidar para não evitar demais defender as minhas, ainda que não sejam absolutas. Veremos!

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