Monday, April 26, 2010

Ganha-Ganha is for loosers! reloaded


Você é forte suficiente para resistir à agressão? Para agüentar sem agredir de volta?



Costumamos tomar o outro como referência para determinar se somos vencedores ou perdedores. Acreditamos que alguém tem que perder para o outro ganhar. Estamos considerando que não conseguimos pensar em uma solução onde todo mundo cresça sem que um dos lados diminua. Estamos considerando, também, que nossas respostas só poderão vir de respostas que já conhecemos e não de nossa capacidade de criar algo novo.

A ruptura deste modelo, ganhador-perdedor, não é uma tarefa simples. Não é só decidir. Tem que agir diferente e estar pronto para aguentar as conseqüências, pois elas existirão.

As conseqüências serão mais duras no início, porque o universo ao seu redor não está pronto para trabalhar dessa forma. Provavelmente, quando você abaixar suas defesas, vai ser atacado. Estamos treinados para uma relação de oposição e, quando sentimos uma força vindo em nossa direção, tendemos a reagir com uma força similar na direção exatamente oposta. Quando alguém fala conosco com desrespeito, tendemos a responder com desrespeito.

Estamos educados para a guerra e atacamos o medo de sermos atacados. Ao ver a oportunidade, o outro também atacará, pois, na fantasia dele, você está prestes a atacá-lo.

Aí começa o esforço no da mudança. Como?

Se você chegar disposto a cooperar e abaixar suas defesas, mas for agredido em troca, o que você vai fazer? Pode ser que você o agrida de volta e pense: “eu tentei, mas ele me agrediu”. Pronto, estará interrompido o ciclo de transformação e mantido o ciclo de agressão e repetição.

Somente se puder agüentar as agressões começará a ter idéia da força que isto representa.

O que é a força da fraqueza?
Quando você é agredido e não agride de volta, as pessoas ao seu redor podem te ver como um fraco e você mesmo pode se questionar se não está sendo mesmo fraco, mas se você agüentar com calma, chegará um momento em que o outro verá que a agressividade dele não está tendo nenhum efeito. Ele vai ficar cansado, e você relaxado. Ele não saberá o que fazer. Aí começará a ficar evidente que a força é o que foi, inicialmente, visto como fraqueza. Da mesma forma atua a fraqueza da força. Aquele que responde com agressividade, imaginando que isto demonstrará que é um forte, está, provavelmente, com medo de ser um fraco. Se não tivesse no seu íntimo o medo de ser um fraco, não ficaria nervoso com a agressão e não sentiria a necessidade de agredir de volta. O que aparentemente é força é, na verdade, medo de que sua fraqueza seja exposta. E como diria Gandhi: “Eu nunca vi ninguém superar o medo através do uso de uma espada.”

1 comment:

José Bueno said...

Opa!

Eu sempre achei que o valentão é um medroso. Aquele que não leva desaforo para casa, que gosta de se dar bem e não sair por baixo, aquele cujo modelo mental é desenhado para não ficar para trás nem na estrada nem empresa onde trabalha. Não tenho provas, mas sinto que há medo aí.

E atualmente já começo a pensar que sob toda tensão, entenda-se também o stress, tem medo. Se o corpo enrijece, como se um alarme tivesse sido acionado, se há tensão visível ou invisível há medo. Se o clima é pesado e tenso, aí também há medo.

E se subirmos de helicóptero vamos encontrar lugares da cidade onde há tensão, violência, agressões, para mim é tudo medo. Medo de perder, de morrer, medo de ser deixado de lado ou para trás, medo da efemeridade, da insignificância, medo de desaparecer e da nossa existência não ter tanta importância assim.

Porisso eu pratico Aikido e torço para a Lusa, ou seja, nunca ganho de ninguém mas não tenho medo de jogar qualquer jogo.