Tuesday, November 23, 2010

E pra aproveitar a balada das entrevistas importantes, aí vai a última do Raul!
Excelente... Dale Noviorque!

O Mistério que não acabou, e o que já se sabia se reforçou

"Quando abandonei o direito e me dediquei à carreira artística, sabia que a carreira artística era inútil. Eu hoje consegui ser um advogado mais inútil que qualquer artista."  Vandré

Outro dia postei um comentário sobre a entrevista de Geraldo Vandré na Globo News, dada no dia em que ele completava, sozinho, seus 65 anos.
Tentei assistir a entrevista novamente, mas não consegui.
Me incomodou demais. Me deixou entre triste e angustiado. De qualquer forma, pra quem não assistiu, reforço:  
Assista!
Coloquei ela aqui no Blog. Por favor, assita pois a história política perigosa e vergonhosa da política ainda recente não pode perder-se antes de esfriar, pois periga, assim não esfriar jamais. Se este país vai mudar é porque ele será mudado. E os que construiram a sua pobreza, seguem por aí convibendo com a verdade e a ilusão que se vende de uma nova era.




A entrevista começa dizendo que um dos maiores mistérios da MPB terminará naquela entrevista. Pra mim o mistério que havia segue, e o que, na verdade, todos sabiam, se reforçou.


Friday, November 19, 2010

Entrevista Marcio Svartman #ONWEEK

Entrevista publicada na Revista OnWeek - setembro 2010 quarta-feira, 15 de setembro de 2010, 11:25


Marcio

No terceiro dia do ON Week, o Marcio Svartman vai falar sobre o papel que o medo exerce nas nossas carreiras e negócios, principalmente no que diz respeito à vida corporativa jovem. Além da palestra, o consultor também estárá presente em uma matéria na Results#21 (rodando na gráfica enquanto escrevo esse post), sobre as novas relações hierárquicas corporativas,  nas quais o medo e a incerteza ainda são sentimentos bastante presentes. Então, enquanto você aguarda o evento (inscreva-se aqui) e a revista, adianto abaixo a entrevista que o Alê Finelli fez com ele para a reportagem.
Muitas empresas afirmam serem mais amplas e abertas ao diálogo. Como tem sido isso na prática? As relações entre os funcionários, de diferentes posições, estão realmente mais horizontais?
Acho que compararmos com as relações de trabalho até a década de 80, sim. Há uma diminuição das barreiras hierárquicas na empresa. Isto não quer dizer que elas sumiram. Além disso, uma mudança leva tempo para acontecer. Tirar as paredes, manter portas abertas e dizer que qualquer um pode dirigir-se ao presidente são atitudes simbólicas. Elas indicam o início da mudança, mas leva tempo para que estas intenções tornem-se realidade. As barreiras contruídas na mente das pessoas ainda não foram rompidas. Há muita fantasia sobre as relações hierárquicas, e estas fantasias existem desde que o homem começou a organizar-se em sociedade. No livro Totem e Tabu, de Freud, ele descreve de forma fascinante os rituais de relacionamento com os líderes em tribos primitivas na Oceania. Todas as dificuldades  já estavam lá, e seguem existindo. Rompê-las implica na contrução de um novo modelo mental. No dia-a-dia vejo, ainda, muito medo nas pessoas em dirigirem-se com espontaneidade a seus superiores na empresa. É uma pena, mas a realidade ainda é esta de maneira muito forte.
A forma como a Geração Y se relaciona com seus superiores é, de fato, diferenciada?
A maneira como esta geração vê a hierarquia é, sim, diferente. Mas eles também sabem perceber quais são os códigos adequados nos ambientes em que estão inseridos. Todos nós fazemos isto. É uma questão de sobrevivência nos grupos. Se um profissional acha que a formalidade para chegar ao presidente não faz sentido, ele pode ter mais facilidade de rompê-la, mas isto não quer dizer que ele irá ignorá-la, pois sabe que a organização é como uma sociedade, e tem suas regras. Algumas formais, outras não.
Então, quais são os caminhos para diminuir as distâncias hierárquicas?
É uma mudança cultural. Isto quer dizer que a mudança deve acontecer em diferentes níveis. Quando esta geração começar a subir a cargos mais altos, estas barreiras já irão diminuir naturalmente. A geração anterior, chamada Geração X, já está fazendo isto, pois também é bem menos formal que as gerações anteriores. Portanto, há uma diminuição neste gap que acontecerá naturalmente. Mas a grande dificuldade que ainda não foi abordada é reaprender a usar o diálogo como elemento de trabalho. Criar mecanismos adequados para a troca e a construção conjunta é um passo fundamental para que a diminuição da distância hierárquica torne a empresa mais criativa, inovadora e agradável. Ao invés de transformá-la em uma bagunça. Isto parece mais simples do que é na realidade, e as empresas não sabem fazer isto, nem a turma da Geração Y.
Fazendo um balanço disso, você acha que dá para concluir que as questões hierárquicas são mais pessoais do que geracionais?
Os dois aspectos influenciam este comportamento. Há um componente pessoal, que diz respeito à personalidade, mas também ao histórico de vida de cada um. Mas é inegável que há um componente cultural muito forte e importante. E este componente é diferente a cada geração.
Palestra no ONWeek 2010:

http://www.ustream.tv/recorded/9773168

Wednesday, November 17, 2010

No HSM Expomanagement 2010 estive na Estação do Conhecimento Geração Y falando sobre o medo.
Este é um papo sobre o tema com o Portal de Imprensa HSM.

Friday, November 12, 2010


Transparência, e não se fala mais nisso! ...ou quase.

Algumas pessoas nestes dias me perguntaram sobreo exercício da transparência na empresas.
Realmente o exercício não é complicado, mas como todo exercício ele demanda prática e repetição para que se aprimore. E dá trabalho, pois o que há muito não é exercitado, torna-se atrofiado, desengonçado.
A atrofia é tanta que quando vejo as tentativas de transparência, a falta de prática fica evidente, mas infelizmente não é evidente ainda para os profissionais envolvidos, que há muito não a praticam.
A transparência implica em um diálogo franco, o que está distante das práticas mais comuns entre profissionais e diferentes atores do mercado. Falta diálogo e falta consciência de que o diálogo não está ocorrendo. A estrutura de trabalho hoje não é contruída para facilitar o diálogo, mas para eliminá-lo. Cada vez mais vejo estruturas que eliminam o diálogo e discursos que declaram privilegiá-lo. Há uma dicotomia entre prática e discurso e isto está começando a colocar a transparência numa infeliz posição de discrédito.
Exercitar o diálogo demanda uma aprendizagem. Trabalho muito incentivando o diálogo em organizações. Muitas vezes acho que posso dar mais uma passo atrás, pois a organização conseguirá sustentar sozinha esta troca franca, mas o retrocesso é rápido, ainda que não volte ao ponto inicial. Ao mesmo tempo, o efeito que o diálogo provoca é incrível. O trabalho de reaprender a diálogar e exercer a transparência é fundamental, mas não ocorre no mesmo imediatismo ilusório ao que o Mercado se acostumou.
Por fim, estou cada vez mais convicto de que aprender a dialogar internamente e com o mercado é um dos saltos que precisam dar as empresas que surgirão em breve como as inovadoras destes tempos.

Wednesday, November 10, 2010


Enquanto nos esforçamos para criar o novo, os jovens o fazem sem esforço ou consciência. Apenas por ser isto, natural.
Também os jovens um dia assistirão a chegada dos mais novos, sem dar-se conta de que os que chegam não são crianças arrogantes, mas jovens que chegam mais uma vez com o novo enquanto, sem perceber, os que observam deixam de ser eles mesmos os jovens da vez.
E por isso tudo ocorrer enquanto vivemos, somos surpreendidos por esta mudança tão óbvia. A aprendizagem que nos cabe é aprender a saborear a maturidade e oferecê-la com humildade para que o novo seja cada vez melhor. O duro é que ser jovem é o desejo constante, pois a sensação de aventura oferecida pelo novo compensa a constante angustia da juventude que aproveita o momento com intensidade, mas sem a consciência de que o momento é apenas o momento e, sem dúvida, passará. Sempre passará pois a impermanência é lei inquestionável da vida.
E a juventude sempre passará, deixando sua grande e inquestionável transformação no mundo que permanecerá até que se vá, como sempre irá.

Wednesday, November 03, 2010


A Liberdade da Loucura
Neste feriado aproveitei pra ir ao teatro. Independente de comentários sobre a peça, que tomarei cuidado de fazer com mais vagar pra evitar injustiças, uma cena me chamou a atenção num despertar de curiosidade.
Os atores, em determinado momento, representam um grupo de, por assim dizer, loucos. São pacientes internados em uma instituição para doentes mentais.
Todos eles atuando com competência, representando de forma angustiantemente cuidadosa os pacientes com suas manifestações doentias. Mas era inevitável perceber o prazer em cada ator ao escolher como reprentaria ele sua loucura. Como cada um deles escolheu manifestar sua dita falta de sanidade, parecia ser um prêmio dado a cada um pela sua atuação nas demais cenas.
O prazer de poder ser louco e manifestar livremente sua loucura, permitindo ao corpo senti-la e à mente libertá-la, protegidos pelo palco e pela representação, era o brinde dado a cada ator, cuja a alegria em poder faze-lo transparecia em suas faces alegres e leves.
Como é bom poder ser louco vez por outra.