Friday, April 30, 2010

A Muralha da China Cresceu!


A Grande Muralha da China pode ser vista até da lua. Mas a muralha imposta pelo Estado ditatorial chinês continua existindo e crescendo sob o olhar hipócrita dos estados que dizem defender a democracia no planeta, mas aceitam negociar com o país asiático, desde que suas economias possam se beneficiar com isto.


A China aprovou nesta quinta-feira, 29, uma lei que obriga provedores de internet e de serviços TI a colaborarem com autoridades governamentais em investigações sobre vazamento de "segredos de Estado", uma definição pouco precisa que permite uma avaliação subjetiva e aleatória, classificando aí qualquer coisa que assim queiram.

Cada país tem direito a escolher sua conduta e cada povo tem o direito de reagir como quiser. O que me incomoda é a hipocrisia que rege as críticas aos estados ditatoriais em países que não pensam duas vezes antes de fazer negócios com a China. Pode ser que a China seja pressionada a mudar quando sua economia estive demasiadamente baseada nos negócios internacionais. Mas pode ser que a riqueza gerada por estes negócios todos permita este vergonhoso estado totalitário de governo a se esconda atrás de índices econômicos positivos.

Estamos tentando impulsionar um movimento sério de sustentabilidade social, econômica e ambiental no universo corporativo nas principais economias do mundo. Mas de que adianta isto se, ao ver as novas demandas de adequação de seus parques fabris, as empresas podem simplesmente deslocar suas estruturas produtivas para a China, escondendo incoerências atrás da muralha que cerca o país.

Acredito no liberalismo econômico de maneira geral. Gosto do pensamento fisiocrata, mas entendo que a atuação dos Estados para regular e direcionar ainda são importantes para dar coerência a todo este movimento. Infelizmente hoje ninguém realmente acordou. Nenhum Estado entendeu a realidade sobre o risco que sofremos em esgotar nossas condições de sobrevivência no planeta. Nossos governantes, no mundo inteiro, ainda pensam no curto prazo. No Brasil, não vale nem a pena começar a análise. Nossa política ainda é imatura, e o Brasil só poderia assumir mais importante posição no contexto global se parasse de pensar pequeno e entendesse que o que se precisa são novos paradigmas de análise. Olhares novos, com novos parâmetros de medida de sucesso e fracasso. Enquanto isto não acontecer, sigo gostando muito e acreditando pouco neste país.

I believe destiny is what the universe offers us. Fate is the result of what we do with it.

M.Svartman


Zebra


As zebras são mamíferos, membros da mesma família dos equídeos, nativos da África central e do sul. A pelagem das zebras consiste num conjunto de listras verticais contrastantes, pretas e brancas, com exceção das patas, onde são horizontais.

Elas habitam as savanas e organizam-se em famílias: macho, fêmeas e filhotes. Por viverem em um ambiente competitivo são extremamente velozes e têm coices muito potentes, que usam apenas para defender-se. Não são agressivas, mas quando atacadas podem chegar a quebrar a mandíbula de um leão. As listras das zebras vão escurecendo com a idade, e embora possam parecer umas com as outras, não existem dois animais iguais.

São animais bonitos e exóticos, vivem livres na África e, apesar do ambiente agressivo, mantém sua serenidade e não se encontram ameaçadas de extinção!

Em português a expressão “deu zebra” está associada a um resultado imprevisto, que contraria o senso comum e as probabilidades.

Thursday, April 29, 2010


I believe that when the sea finaly opens, it´s the result of an invisible chain of actions and thought. Not a singular isolated miracle.

M.Svartman

Wednesday, April 28, 2010

Se Puede Volar a Papua?

Hoje deixo aqui um dos anúncios mais bonitos que já vi.
A Aerolineas Argentinas fez este maravilhoso exemplo da propaganda argentina, que, tradicionalmente, tem a característica de contar histórias em seus anúncios. Claramente o anúncio tem como referência o filme "Valentín"(2002) de Alejandro Agresti.
Aí vai o anúncio e para quem não viu o filme: Imperdível!


Anistia. Amadurecimento Político ou Renovação no Picadeiro?


Estou muito preocupado com a votação da lei da Anistia. Acho o tema extremamente importante. A liberdade de expressão, de livre manifestação de opiniões contrárias, o direito a criticar o Estado e o direito de viver sob diferentes religiões, crenças e ideologias são, para mim, fundamentais. A democracia e a honestidade são pilares de uma sociedade que me faça sentido. Este tema, pra mim, é sério.

Talvez por ter sentado, como judeu, à mesa na Páscoa judaica e escutado sobre a liberdade, sobre quando os judeus saíram da escravidão no Egito. Talvez por ter vivido com meus avós e tios, fugidos da guerra, chorando irmãos que se foram nos campos. Talvez por ter sido educado por pais e avós ativos nos movimentos de esquerda que atuaram contra o governo ditatorial no Brasil. Talvez por viver em um país com a cultura influenciada fortemente pelos negros, filhos da escravidão. Talvez por tem membros da família que foram torturados ou talvez apenas por uma razão que foge à minha compreensão, mas a restrição à liberdade e ao direito de uma pretensa justiça ao indivíduo me são extremamente incômodos.

Estão debatendo se os crimes do período da ditadura devem ser anistiados ou não. Eu entendo a importância desta discussão e acho que ela deve ser feita com muita seriedade. Mas o que me preocupa é viver em um país que se diz embebido em um sério debate sobre o passado e não se posiciona como um país que leva a sério os valores democráticos de liberdade no presente.

Vimos o jornal Estado de São Paulo sob censura, vimos o presidente Lula recebendo o presidente do Irã, que é declaradamente um ditador que defende preconceitos e posições absurdas e radicais. Vimos nosso presidente tentando equilibrar-se em uma aproximação com a Venezuela que vive sob uma pré-ditadura grave. Vemos posturas apaziguadoras frente ao governo da Bolívia quando teve atitudes de soberanas totalitárias. Vemos uma estrutura de Poderes que serve contra o povo, protegendo funcionários públicos e políticos de responderem seriamente por seus crimes contra o dinheiro público.

Às vezes acho que, no Brasil, estas discussões ainda não são sinal de amadurecimento político. São apenas novos espetáculos jogados no picadeiro para uma política que ainda se alimenta de pão e circo.

(A imagem do palhaço foi retirada da Internet. A fonte está do lado, mas com pouco leitura. De qquer forma: não é minha.)

Tuesday, April 27, 2010

Abayudaya . O judaísmo de Uganda
Em um momento específico, conhecer os Abayudaia salvou meu judaismo

 

Há cerca de dois anos soube da existência dos Abayudaya. Judeus de Uganda. Sua população é estimada em pouco mais de 1.000 indivíduos. Também sofreram perseguições, tendo sua população reduzida quase três vezes isso para o atual número, durante o governo de Idi Amin.
São decendentes de Semei Kakungulu, um líder guerreiro que foi convertido ao Christianismo pelos britânicos em 1880. Ele se converteu por acreditar que os ingleses facilitariam seu domínio como chefe, mas isto não aconteceu e ele se distanciou deles. Estudando a bíblia ele se apaixonou pelo velho testamento e converteu-se ao judaísmo. A maioria deles, hoje, já é aceita por Israel como judeus...o que pra mim é o menos relevante e a grande estupidez judaica contemporânea: Achamos que precisamos dar a benção para que as pessoas sejam judias.
Eu acho muito importante entender que judaísmo é mais do que a vida da nossa comunidade ou nossa visão limitada sobre nosso próprio povo!

A primeira vez que ouvi os Abayudaya cantando eu chorei.
Graças ao meu querido Salo Smaletz, consegui a gravação toda.

 



(foto superios Jay Sand)

Hoje o mundo se equilibra no desequilíbrio.

Essa antítese é o anúncio da insustentabilidade.

M.Svartman

How can I have peace?
"It´s simple: remove the "I", remove the "have"...you will be in peace".
Swami Chidanad Sarawasti


I met Swami in 2007, in Palm Springs IONS Congress. It was such an amazing presence. I got absolutely impressed by him and his simple way os beeing him self...in peace.
Garis e lixeiros  suspendem paralisação marcada para  amanhã.

Podemos nos tranquilizar. Eles continuarão limpando nossa sujeira.


Para alívio absoluto de nossos queridos gestores públicos, lixeiros e garis aceitam o acordo proposto pelas empresas e ficam com os 6,5% de reajuste proposto, contra os 8,71% pedidos. Foi uma salvadora concessão para aqueles que recolhem o lixo da nossa existência. Aqueles que nos permitem seguir na ilusão de que o lixo gerado por nós simplesmente desaparece. Pois bem, ele não desaparece. Ele é recolhido por essa galera que está aí reinvindicando seu aumento. Realmente não é um trabalho que demande alto grau de especialização, mas em contra-partida, demanda alto grau de comprometimento, energia física e orgulho próprio. São parte da sociedade de absoluta importância. Sem eles nossa sociedade começaria a mergulhar no lixo que produz. De certa forma poderia nos ser muito educativo. Ter de por as nossas pouco calejada e perfumadas mãos nas conseqüências dispensáveis de nossas ações. Esses caras são como anjos. Passam e desaparecem com a nossa sujeira. Somo tão desatentos a eles que andam em um caminhão gigante, com luzes piscando, correndo e gritando, e ainda assim nós mal os notamos. Os vemos apenas quando atrapalham o trânsito, e aí, os vemos com raiva. Eu nunca em minha vida agradeci um lixeiro, e só agora me dou conta disso.

Bom, eles entraram em acordo e assim, salvaram nossa gestão pública que depende deles pra varrer pra baixo do tapete sua pouca competência em criar uma sociedade mais horizontal. Ufa, prefeito! Quase que esse lixo todo vem à tona!

(Foto: AE - surrupiada do portal IG - Último Segundo)

Monday, April 26, 2010

A clareza torna difusa a certeza.
M.Svartman
Nunca o mais forte o é tanto, para ser para sempre senhor, se não converter a força em direito.(...) Convenhamos, póis, que a força não constrói o direito.

O corpo político,assim como o do homem,começa a morrer no momento que nasce.E traz consigo as causas de sua destruição.


Jean Jacques Rousseau
Ganha-Ganha is for loosers! reloaded


Você é forte suficiente para resistir à agressão? Para agüentar sem agredir de volta?



Costumamos tomar o outro como referência para determinar se somos vencedores ou perdedores. Acreditamos que alguém tem que perder para o outro ganhar. Estamos considerando que não conseguimos pensar em uma solução onde todo mundo cresça sem que um dos lados diminua. Estamos considerando, também, que nossas respostas só poderão vir de respostas que já conhecemos e não de nossa capacidade de criar algo novo.

A ruptura deste modelo, ganhador-perdedor, não é uma tarefa simples. Não é só decidir. Tem que agir diferente e estar pronto para aguentar as conseqüências, pois elas existirão.

As conseqüências serão mais duras no início, porque o universo ao seu redor não está pronto para trabalhar dessa forma. Provavelmente, quando você abaixar suas defesas, vai ser atacado. Estamos treinados para uma relação de oposição e, quando sentimos uma força vindo em nossa direção, tendemos a reagir com uma força similar na direção exatamente oposta. Quando alguém fala conosco com desrespeito, tendemos a responder com desrespeito.

Estamos educados para a guerra e atacamos o medo de sermos atacados. Ao ver a oportunidade, o outro também atacará, pois, na fantasia dele, você está prestes a atacá-lo.

Aí começa o esforço no da mudança. Como?

Se você chegar disposto a cooperar e abaixar suas defesas, mas for agredido em troca, o que você vai fazer? Pode ser que você o agrida de volta e pense: “eu tentei, mas ele me agrediu”. Pronto, estará interrompido o ciclo de transformação e mantido o ciclo de agressão e repetição.

Somente se puder agüentar as agressões começará a ter idéia da força que isto representa.

O que é a força da fraqueza?
Quando você é agredido e não agride de volta, as pessoas ao seu redor podem te ver como um fraco e você mesmo pode se questionar se não está sendo mesmo fraco, mas se você agüentar com calma, chegará um momento em que o outro verá que a agressividade dele não está tendo nenhum efeito. Ele vai ficar cansado, e você relaxado. Ele não saberá o que fazer. Aí começará a ficar evidente que a força é o que foi, inicialmente, visto como fraqueza. Da mesma forma atua a fraqueza da força. Aquele que responde com agressividade, imaginando que isto demonstrará que é um forte, está, provavelmente, com medo de ser um fraco. Se não tivesse no seu íntimo o medo de ser um fraco, não ficaria nervoso com a agressão e não sentiria a necessidade de agredir de volta. O que aparentemente é força é, na verdade, medo de que sua fraqueza seja exposta. E como diria Gandhi: “Eu nunca vi ninguém superar o medo através do uso de uma espada.”

Thursday, April 22, 2010

Sustentabilidade Custa Sim
As empresas querem ser sustentáveis, mas não estão dispostas a reduzir suas margens

A Sustentabilidade Corporativa é uma frente importante do meu trabalho. Participo de encontros, palestras, leio livros, artigos e, principalmente, freqüento inúmeras reuniões. Muito se diz, alguma coisa se faz. Algumas empresas têm iniciativas memoráveis, outras deploráveis. Enfim, assim vem engatinhando uma das frentes pra construir uma vida melhor pra humanidade neste planeta.


Uma coisa me incomoda muito de maneira recorrente. Não tenho uma visão pueril sobre o tema. Sei que as empresas começaram este movimento quando sentiram a ameaça de que isto influenciaria o valor de sua marca e a disposição do mercado em comprar seus produtos, ou quando foram obrigadas a se adequar à legislação. Acho que este é um processo legítimo. É uma forma de fazer as empresas se direcionarem para onde a sociedade quer. A partir daí começam ações, inicialmente imaturas, feitas com boa intenção e pobre visão. Aos poucos amadurece, chegam entendidos, consultores, modelos de controle e direcionamento. Ethos, GRI, ISE... As empresas começam a perceber que existem questões sérias no seu modelo de gestão que terão de ser mudadas. O diálogo que não se sabe estabelecer, a transparência que ainda é turva, o modelo de relacionamento e, algo que ainda acontece raramente: a coerência.

Eu poderia escrever um livro sobre o que vejo e penso sobre cada um destes temas, mas quero abordar algo muito pontual.

Empresários determinam que sua empresa monte uma comissão de sustentabilidade, convocam reuniões e chamam consultores. Os empresários querem se alinhar e divulgar suas ações. Têm medo de ficar fora do mercado e têm certo medo de um colapso no planeta que prejudique sua temporada de ski. Às vezes até têm consciência verdadeiramente. Mas não estão dispostos a reduzir as margens de lucratividade de sua empresa para que ela seja mais sustentável. Escuto que não há verba para elaborar um relatório GRI, mas não escuto a predisposição de um empresário com um salário milionário a reduzir a disparidade entre sua retirada e a de seus funcionários, para que a empresa possa ser mais sustentável. Ser sustentável, provavelmente, custará sim às empresas. Isso porque existem recursos criados pela sua extrema eficiência, mas que degradam o ambiente, e eles terão de ser substituídos. Além disso, haverá pesquisa envolvida neste processo, haverá outros profissionais na cadeia e, por fim, porque a disparidade social é uma das coisas insustentáveis neste planeta. As empresas estão dispostas a investir em sustentabilidade pra ganhar competitividade, mas em breve isto será condição de existência, e a margens de lucro das grandes corporações se reduzirão por isso, sim. E isto será bom para a sociedade e para o planeta.

Tuesday, April 20, 2010

Meu avô era um caipira importado
homenagem ao meu avô Abrão Svartman

(este texto foi escrito no dia 21de abril de 2008)


Meu avô era um caipira. Caipira da cidade, destes que destoam da correria ao seu redor. Desses cheios de histórias pra contar, que raramente abrem a boca pra contar uma dessas muitas histórias. Meu avô era desses, que mandam o filho pra São Paulo, pra estudar medicina. Mas quando meu pai foi estudar nos Estados Unidos e trouxe camisas novas pra ele - a última moda - ele nunca usou porque elas tinham as mangas curtas. Ele só usava camisas de manga comprida, calça social meio surrada, um sapato social que era sempre coberto por uma galocha de borracha caso o céu ameaçasse chuva. Galocha dessas que cobrem os sapatos, dessas que criança nenhuma sabe mais o que é. Dessas que não devem mais existir faz uns dez anos. Camisas com bolso pra poder deixar seu pentezinho de tartaruga marrom que ele usava dezenas de vezes por dia pra pentear o cabelo, que desde que me lembro já não era muito. Era vaidoso nos seus caprichos. Como o chapéu de festa, guardado na caixa com todo o cuidado. Chapéu que ele deixava que eu olhasse, mas não que eu vestisse. Tinha de me contentar com o seu chapéu de dia-a-dia: cinza com o forro vermelho. Fantástico. Era um chapéu de mafioso, mas não era do poderoso chefão como o chapéu de festa. Esse sim era um belo chapéu! Mas meu avô não levava jeito pra mafioso. Era bonzinho. Era como meu pai: Destes tão bonzinhos que passam a vida fingindo serem bravos, com medo de que alguém os passe pra trás. Destes que fazem uma cara feia, mas tem doçura nos olhos e o coração de mel. Eu e meu irmão passávamos tardes deliciosas na casa dele. Quando passávamos do limite, ele abria o cinto, fingindo que iria tirá-lo pra nos dar uma surra e fazia uma das suas caras de mau. Mas o cinto nunca saiu das passadeiras e meu avô nunca me encostou a mão, a não ser pra fazer um curativo na primeira picada de abelha que tomei na vida. Foi na estação de metrô, num dos muitos passeios que fazia com ele pela cidade. Ele fez um torniquete com o lenço de pano que levava sempre no bolso. Hoje eu sei que o torniquete não ajuda nada. Era só um cuidado. De estação em estação ele me mostrou São Paulo e me ensinou a gostar do metrô que pra mim vai ser sempre uma lembrança do Zeide Abrão. Zeide quer dizer Avô em idish. A língua que meus avós falavam, e era assim que eu o chamava: Zeide Abrão.

Meu avô nasceu na Bessarábia. Estes lugares que a gente, depois de ir pra escola a vida toda, ainda não sabe bem aonde fica. Eu sei que era na Romênia, mas não é mais. Hoje acho que fica na Rússia. Fugiu da pobreza, antes da guerra. Andou pelo interior com meu bisavô, comprando e vendendo ouro e jóias. Desta época sobrou uns pedaços de metal e um revolver com o cabo de madrepérola, que sem munição e enferrujado virou brinquedo na minha infância, junto com o chapéu, é claro. O chapéu já se foi, o revolver mora em uma gaveta na casa dos meus pais. Quando meu pai nasceu, mudaram pra Ouro Fino, no interior de Minas Gerais. Faziam o que dava pra viver e lá, meu avô virou o “turco”. Ele não era turco, mas era assim que chamavam ele. Quando eu o conheci ele já não era mais o turco, era o Zeide Abrão. Aliás, foi no dia em que eu nasci que ele virou Zeide Abrão. Agora, não consigo ver uma bala dadinho, daquelas de amendoim, sem lembrar dele. Ele nunca chegou na nossa casa sem uma balinha pra cada um: Eu, meu irmão e a Dini, nossa cachorrinha. Sentava no sofá e picava o fumo de corda que enrolava na palha de milho. Fazia meu pai trazer palha de milho da fazenda pra ele fumar o seu cigarrinho. Eu ainda tenho o canivete que ele usava pra picar o fumo e esticar a palha. Meu irmão mais novo não o conheceu, mas tem o nome dele em hebraico. Homenagem mais do que justa. Outro dia, de repente, lembrei-me dele. Tive saudades como ainda tenho muitas vezes... Percebi há pouco que este dia era o aniversário dele. Ele já se foi há muito tempo, mas é incrível com ainda é presente. Ficou. Ficou em mim.


Marcio

Monday, April 19, 2010

Dos índios tiraram a terra de todo dia, e deram um dia todo sem terra! 19 de abril, Dia do Índio.
M.Svartman
A Microeletrônica das Marcas (reloaded)
Marcas são formas de contar histórias e dar informações.



Estava observando o caminhar ritmado de uma gigantesca multidão na Avenida Paulista quando me invadiu uma angústia: Será que minha individualidade existe no meio de tanta gente?

Comecei a olhar ao redor enquanto centenas de pessoas anônimas passavam por mim, invisível a elas no meu próprio anonimato. Eu, por ter sido invadido por um lampejo acidental de consciência, procurava notá-las. Eu não podia acessá-las, ainda que estivessem todas ao meu redor.

O ser humano vive sob alguns medos primitivos da formação do nosso psiquismo. Um deles: o medo de aniquilação. Sim, o medo de sermos aniquilados é um dos medos primitivos segundo as teorias psicanalíticas. Temos medo de deixar de existir.

O que isto tem a ver com as marcas? Muito.

Marcas são formas de contar histórias e dar informações. São etiquetas informativas, cujas informações são dadas ao longo do tempo. É um pequeno significante que representa um complexo significado. Marketeiros atrás de cada marca buscam dar a uma marca melhor e maior capacidade de armazenamento de significados. Somos como cientistas da microeletrônica tentando aumentar e melhorar constantemente a capacidade de armazenamento de um chip. Fazemos o mesmo com uma marca. Queremos que ela seja capaz de dizer cada vez mais , enquanto tentamos fazer cabê-la em tudo, em cada pequeno espaço.

Cada marca tem sua forma de trabalhar, tem sua história e sua promessa de futuro. É isto que as pessoas olham. No final, nosso apego às marcas é absolutamente subjetivo.

Temos poucas oportunidades de conversar profundamente com alguéme dizer quem somos, no que acreditamos e o que queremos fazer. Contar quem somos nós é uma necessidade de nossa existência para sentir que somos alguém. È uma necessidade psíquica frente ao medo de aniquilação. Ao medo de desaparecer em um mundo onde há cada vez menos tempo para dizermos quem somos. Queremos pertencer a um grupo, ou vários que nos ajudem a sentir que existimos e que somos parte de algo. É normal, natural e saudável. Nossa individualidade não se constrói naquilo que só nós fazemos, mas sim no cruzamento entre todos nossos grupos de pertença. Eu sou eu de maneira singular, pois somente eu pertenço a todos estes grupos.

Nossos chips mercadológicos, as marcas, entram aí para cumprir seu papel. Ao carregar uma marca tenho a possibilidade de contar quem sou. Contar com a ajuda de dinheiro e tempo investido naquela marca para armazenar informações que, agora, estão à minha disposição. Ao exibir uma marca na minha roupa ou na minha comida, pego emprestado informações e valores dessa marca que passam a contar também sobre quem sou eu. Ajudam a apaziguar meu medo de desaparecer e de não ser ninguém, porque me ajudam a contar sobre os grupos a que pertenço e o que eu penso. Uma marca, cada vez mais, é um poderoso chip de informações que são transferidas para quem a usa.

Tamanha é a quantidade de informações que um chip, digo, uma marca, armazena hoje em dia que não se pode dar ao luxo de carregar informações dissonantes. Incoerência é um veneno para uma marca. As pessoas contam com a marca para representar sua existência qualitativa neste mundo de angústias. Quando uma marca é incoerente com suas posturas está traindo seus consumidores em suas necessidades mais íntimas. É uma traição imperdoável.

Por fim, marketeiros: Sejamos responsáveis em nosso papel de construir e manter marcas. Sejamos coerentes e cobremos, nós também, das empresas nas quais trabalhamos, para que sejam coerentes em suas posturas e ações. Cobremos de todos os envolvidos na vida de uma marca, que sejam verdadeiros e responsáveis. Conscientes da importância do que fazem, que vai muito além de vender mais. Resgatemos sempre a relevância que nosso papel pode ter no mundo, pois o mundo precisa de atuações relevantes e nós... Nós também precisamos, para que possamos também apaziguar nosso medo de desaparecer na existência fútil.

(este artigo em sua versão original foi publicado na Revista da EXPM – 2009)
Perdemos um Mestre


C.K. Prahalad - Coimbatore Krishnarao Prahalad - foi uma das maiores influências teóricas na minha carreira.
Um dos primeiros teóricos a falarem da busca das competências essenciais de uma organização. Foi lendo um livro dele que concebi, inicialmente na minha cabeça, a minha empresa.

O mundo perde muito neste momento em que a gestão precisa tanto de bons pensadores.
Porque neste momento o mundo da gestão tá cheio de si, achando que manja muito. Mas está construído  em boa parte sobre areia fofa, ilusão e hipocrisia.

Sunday, April 18, 2010

O vazio, assim como a plenitude, não pode ser compreendido. Apenas experimentado.
Sutra das Oito Percepções dos Grandes Seres, Sidarta Gautama (O Budha)


(Marcio thoughts of a sunday evening)
 realize now that in my life, as a young, I was taught more about How life should be, then how should I live it. I realize now that, probably, my folks were also taught more about how life sould be, then how to live it. I realize now all my effort to learn how to live it, cause it never turns out the way wr think it should. I realize now that we are not supposed to know how life should be. We should just live it. That is life.

Friday, April 16, 2010

HaIom Iom Shishi. Good Shabes!


Cat Stevens & Yusuf
Um dos meus músicos preferidos em todo o mundo e todos os tempos
Sem dúvida um dos meus músicos preferidos. A minha vida de certa forma teve uma música do Cat Stevens pra cada fase. Ele nasceu em Londre e seu nome de batismo é Steven Demetre Georgiou. Seu pai era um grego e a mãe sueca. Na década de 70 ele quase se afogou em Malibu, quando nadava em frente à casa de seu produtor nos EUA. Nessa experiência ele disse ter sentido que foi salve por Deus. Seu irmão, david, deu a ele um Qua`ram (Alcorão) de presente e ele nomeu Alah sua escolha divina. Em 1977 se converteu ao islamismo e mudou o seu nome para Yusuf, o que provocou um gap na sua produção musical. Graças a Deus, seja ele Alah, Adonai ou qualquer outro, ele voltou a compor e tocar.
Aqui está uma das músicas mais bonitas "Father & Son", em dua versões. Uma com Cat Steven e a outra com Yusuf!






www.catstevens.com/
Svartman por Van Gogh?


Taboos da Ciência
Dean Radin, pra variar, tira um sarro dos paradigmas do conhecimento

Quem já acompanhou um pouco meu trabalho sabe que entre as diferentes frentes que me interessam, sou bastante crítico quando aos paradigmas rígidos e limitados da ciência positivista. Basicamente aquilo que aprendemos como ciência. Também sou extremamente crítico à falta de coerência que muitas vezes impera em nome de uma moral hipócrita, onde a sociedade acaba servindo para modelar um conlúio de mediocridade pra ocultar questões importantes que deveriam ser abordadas de frente e abertamente.
Bom, por essas e outras sou fã deste cara: Dean Radin. Conheci o Dean no Congresso do IONS três anos atrás, em Palm Springs. Além de ser um dos maiores nomes da Física Quântica e um dos principais cientistas do Instituto, é extremamente agradável, simpático e engrassadíssimo. Segue um trechinho sobre os paradigmas da ciência.

Thursday, April 15, 2010

CBN - A rádio que toca notícia - Mundo Corporativo

Mundo Corporativo - CBN
(set 2009)
Bom, pra quem não viu coloquei aqui a entrevista que dei no ano passado.
Pra facilitar, no dia anterior eu estava completamente sem voz.
Como quase tudo que eu faço, recebi amores e horrores por ela. De qualquer forma, vale deixá-la por aqui.

CBN - A rádio que toca notícia - Mundo Corporativo
Interdependência
"Você Para Mim É Problema Seu!" Reloaded

(esse texto é uma pequena adaptação retirada do livro. Coloquei ele aqui pois hoje eu adoraria que algumas pessoas tivessem lido isto.)

Enfim, a idéia de unidade independente não passa de uma limitação na nossa capacidade de ver. Se cada uma dessas unidades é independente, mas ao mesmo tempo interdependente das demais em um sistema maior, por que acreditar que os seres humanos são seres individuais isolados e sem uma interdependência, existindo como partes de algo maior que nos vê como células? É uma visão dialética de nossa existência que nos abre para uma existência mais plena.


Quando você entra em uma sala e sente “um clima pesado”, está mergulhado nas transmissões e ligações dessa interdependência. Quando há um massacre na África, nos iludimos de que ele não nos afeta, e fazemos isso apenas porque não conseguimos identificar seus efeitos. Mas este entendimento seria diferente se entendêssemos que o planeta, é apenas uma célula no Universo, e nós, apenas uma célula no planeta. Mas entenda que apenas uma célula não quer dizer que não temos importância. Pelo contrário, somos parte integrante do todo e o todo se compõe do coletivo das partes. Não há todo sem as partes que o formam.

Não há vitória em uma vida se colocando em oposição ao outro, pois o outro é parte de mim, uma vez que faz parte do todo maior do qual eu também faço parte. É como se três sujeitos estivessem em um pequeno bote e dois deles começassem a brigar. Um deles fura o bote, para que o outro se afogue, mas esquece de que afundará junto e ainda levará o terceiro que tinha certeza de não estar envolvido no conflito.


Revela, a existência, que o mundo
Não pode ser moldado a força.
O mundo é uma entidade espiritual,
Que se molda por suas próprias leis.
Decretar ordem por violência,
É provocar desordem.
Querer consolidar o mundo a força,
É destruílo.
("Thao Te Ching", Lao Tsé)
Sometimes logic tells you to do something, and your soul tells you to do it differently. Sometimes logic tells you to do something, and your soul tells you to do the same. And yet, something else tells you to do it differently.
M.Svartman

Wednesday, April 14, 2010

Eu faria tantas coisas se não tivesse tantas coisas a fazer.
M.Svartman

Tuesday, April 13, 2010


The mind is like a glass of water. When it´s in great movement you can´t see thru it, You need it to settle, for you to see clearly. (Lama Olie)



Monday, April 12, 2010

Conversas Com Meu Jardineiro, de Jean Becker

(Dialogue avec mon jardinier)



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com Daniel Auteuil, Jean-Pierre Darroussin, Fanny Cottençon.
 
Mais um desses filmes que me passaram entre os dedos e resolvi assistir despretencioso. O filme é de 2007, mas eu não havia assistido.
Maravilhoso! Lindo filme sobre a vida, a amizade e como cada um vê e vive a vida à sua maneira. Mas não achei batido. Achei delicado e bem feito.
Recomendo pra quem quiser um filme bonito, apesar de triste em alguns momentos. O filme me pareceu cheio de nuances, desses que vão se digerindo e depois de umas horas vão passando uns pensamentos pela cabeça e pelo estômago.
Sairam mais uns trechos do material que gravamos pra SatyaWork.



Gosto destes trechos onde o assunto foi a importância de acreditar que há mais possibilidades do que podemos ver. Também falamos um pouco sobre como nos relacionamento com as empresas com que trabalhamos. É um minutinho e convido vcs pra darem uma olhada.

Friday, April 09, 2010

Sucesso que Broxa


Chegar em nossos objetivos exatamente como planejado no início é frustrante, pois indica que no percurso, nada nos permitimos encontrar que nos levasse à surpresa, ao impensado, ao não imaginado. Nada nos mobilizou a sair do rumo, agir impulsivamente, com instinto, paixão.

Resta se perguntar se foi a jornada tão desinteressante, ou foi nossa consciência que esteve pouco atenta ao que havia ao redor? Ou ainda se foi nosso medo do desconhecido que nos freou, ou se nos freou o medo de viver a própria vida com menos razão e mais emoção. Ou ainda se foi nossa estragada educação que nos ensinou que mais vale o cálculo à sensação? Pois, enfim, a ilusão da razão não é menor que a da paixão.

Bom final de semana! Espero que ele não seja nada do que você está planejando. Beijos

Thursday, April 08, 2010

Faz Sentido Ficar tão Estressado no Trabalho?




“O problema do meu trabalho é que não tenho vida.”

Há algum tempo escutei isto de uma amiga.

Hoje, o trabalho é a forma como vivemos a conquista e luta pelas condições básicas de sobrevivência. Não caçamos nosso alimento. Transformamos a caça em trabalho e colocamos uma áurea de razão e consciência. Mas nossos sentimentos são, em grande parte, reedições de sensações formatadas em nosso psiquismo nas fases mais primitivas da formação, cheios de instinto. Nossa luta pela sobrevivência reedita medos primitivos da morte, da conquista das condições básicas de sobrevivência, da incapacidade autônoma de sobreviver ao nascer e da necessidade de uma entidade parental provedora na infância. É razoável considerar, portanto, que por processos transferenciais muito presentes, nosso vínculo com o trabalho é primitivo e intenso, carregado de ansiedade de morte, e suportado, nas empresas, por uma relação carregada de uma reedição da relação parental, da relação com pais provedores fundamentais para a sobrevivência.

O vínculo com o trabalho e com a instituição empregadora nada tem de simples ou de superficial. Pelo contrário. A ele, entregamos nossa auto-estima, nossa coragem, nossa sensação de sermos capazes de sobreviver. Neste cenário sim, faz sentido que abdiquemos da vida por ele como fez minha amiga, pois sentimos que antes de gozarmos a vida, temos de viabilizar a sobrevivência. E neste contexto atribuímos aos nossos chefes e às empresas em que trabalhamos a capacidade de garantirem a nossa sobrevivência. Mas a segurança que reside nisto é verdadeira, mas absolutamente volátil. Criar esta consciência nos fortalece e nos permite assumir nossa autonomia.

*Recebi esta pergunta de um aluno que estava em uma palestra dada na Uniban há alguns meses e está estressado no trabalho.
O Sarney voltando pra presidência!! Já pensou?




Realmente é sem graça. Seria uma piada muito sem graça, mas o pior é que não é piada!

Depois dos escândalos que tiveram um desfecho ainda mais escandaloso (nenhum) esse cara tem coragem de seguir posando de figura política decente!! Este país é uma palhaçada, mas não deveria ser. Não há mais desculpas! Temos uma democracia sólida, espaço no cenário internacional, boas universidades, economia razoavelmente sólida. Já não somos mais uma nação criança. Não somos mais a promessa de futuro que iludiu o país na política ingênua de décadas atrás. Precisamos ter atitudes e posturas mais sérias. Isto é uma vergonha absurda. No corredor de entrada do Senado, em Brasília, há uma exposição de fotos de momentos importantes para o país. Uma delas é do impeachment do Presidente Collor. Mas, por mais absurdo que pareça, ao cruzar o corredor, você poderá encontrá-lo lá. No seu gabinete de Senador, com aquilo roxo e tudo.

Quem sabe como presidente os empregos arranjados pelo Sarney aos seus amigos e familiares patéticos deixem de ser um problema. É só colocarmos o Nixon pra dar as cartas e definir que quando um presidente comete um crime, não é crime. Nós também somos hipócritas e culpados, pois quando cruzamos com estes políticos patéticos sorrimos como vedetes babacas, damos a mão ao invés de virar o rosto. Dizemos aos nossos filhos: Olha esse moço! É o Sarney. Ele foi presidente. Temos de dizer: Vem, vamos atravessar a rua. Temos de deixar suas mãos sem amparo, soltas no ar quando nos esticarem as mãos sujas. Quando tivermos filhos estudando com seus filhos, dizer: não, não vai na casa dele porque o pai dele é ladrão. Corrupção e mal uso do dinheiro público é muito grave. Pra mim, enquanto tiver alguém morrendo nesse país por falta de recursos públicos, corrupção deveria ser vista como cumplicidade em assassinato.

A vergonha não vai pro péssimos políticos. Esses são sem vergonha! São imorais criminosos. A vergonha vai praqueles que se julgam sérios e bem intencionados por jogar o jogo sem a dureza necessária. E vai pra nós. Pra mim. Pra nós que somos um povo que não briga por sua cidadania. Que não entramos para a política e não vamos às ruas pedir por decência!
RIO DE JANEIRO. O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO RIO É A PROVA DE QUE POLÍTICAS PÚBLICAS IRRESPONSÁVEIS NÃO PODEM MAIS SER TEMA DE PIADAS NESSE PAÍS. ESSA SITUAÇÃO NOS COLOCA EM UM LUTO POLÍTICO, CUJA ELABORAÇÃO, ESPERO, NOS AJUDE A MIGRAR PARA POLÍTICOS MELHOR PREPARADOS E COM AS INTENÇÕES NO LUGAR CERTO. ALÉ, DISSO, A NATUREZA DEVERIA SER RESPEITADA PELA URBANIZAÇÃO, NÃO DESAFIADA. E EM SÃO PAULO SEGUIMOS AMPLIANDO AS MARGINAIS. LUTO.

Wednesday, April 07, 2010

Faz sentido meditar na empresa?
Um Diretor de uma empresa com que trabalho me fez esta pergunta.

Minha resposta: Sim!!!
A Meditação é uma prática de treinamento e desenvolvimento da mente e de nossa capacidade energética. Provém, segundo nosso entendimento hoje, das práticas religiosas do oriente, das religiões conhecidas como religiões experienciais.


É praticada intensamente por monges e guerreiros.
A meditação aumenta a capacidade da mente, a serenidade e a força. Melhora nossa precisão frente às dificuldades de cada dia. Grupos que meditam junto tendem a melhorar a sua capacidade de interação e de gerar resultados conjuntos.

Lugares onde é praticada a meditação regularmente, ganham uma energia de melhor qualidade.

Universidades americanas, como Princeton e Saint Paul, vêm mostrando através de suas pesquisas, que a mente treinada pela meditação tem maior capacidade de influenciar os outros e de levar pessoas a níveis surpreendentes de prazer sem nenhum elemento externo. Lama Olie, um Lama do Budismo Tibetano (Linha do Diamante), residente na Espanha, que esteve em SP em 2008, teve seu cérebro estudado pela Universidade de Princeton. No ápice de sua meditação seu cérebro emitia ondas de prazer correspondentes a oito vezes o poder de um orgasmo segundo as medições dos pesquisadores.

O Institute of Noethic Sciences, na Califórnia, vem demonstrando que a mente treinada pode influenciar a emissão de energia de outros seres.

A polícia de Washington-DC, nos EUA, admitiu anos atrás, que um grupo de cinco mil meditadores meditando pela paz tinha sido diretamente responsável pela queda de 25% nos índices de criminalidade na cidade por duas vezes em que a experiência se realizou. Existem experiências parecidas em outros países.

A meditação nos permite usar mais de nossa própria capacidade.

Quer meditar conosco?
TESTE DE STRESS



A Época Negócios está disponibilizando um teste de stress on line!
Pensei em fazer, mas aí fiquei pensando: E seu eu estiver me sentindo bem, mas o teste disser que eu estou estressado? Será que aí eu preciso ficar preocupado com isso? Porque se eu precisar me preocupar com isso, aí eu ficarei estressado, e o resultado do teste estará certo, ainda que ele estivesse aparentemente errado no início.
Mas se eu estiver me sentindo estressado e ele disser que eu estou bem, aí eu posso acabar ficando meio tenso por estar me sentindo estressado sabendo que eu não estou estressado! Isso pode me estressar e aí eu preciso fazer o teste outra vez pra ver ser isso me estressou ou se eu realmente estou me sentindo errado, uma vez que estou me sentindo estressado, mas na verdade eu não estou.
Agora, se o teste disser que eu estou estressado e eu realmente estiver me sentindo estressado, aí sim. Aí eu posso ficar mesmo mais estressado, porque eu estou estressado! Fiz teste e tudo!
Por fim, se eu estiver calmo e o teste disser que eu não estou estressado, aí eu posso ficar bem mesmo. Não estressado diagnosticado!
Mas se der que estou estressado...

Bom, se alguém quiser tentar e descobrir se está calmo ou estressado, tá aqui!

P.S. Bom, fiz o teste, mas ele não me disse se eu tô estressado on não.
Tá aí o resultado:

Elimine as pressões autoimpostas e reavalie suas perdas e ganhos. Transforme as dificuldades em desafios e mantenha um estilo de vida saudável. Concentre-se nas suas prioridades.
Quando o meu óbvio não é o seu óbvio.




Isso acontece, e muito. Em alguns momentos estamos mergulhados em uma discussão, e não sabemos bem qual é a nossa opinião. Paramos, olhamos, escutamos e pensamos. Vamos juntando pedaços de opiniões para poder formar nossa própria.

Minha preocupação está naqueles momentos em que nossa opinião nos é absolutamente óbvia.
É nesta hora que nossas chances de não perceber um aspecto importante cresce. E nossa decisão fica perigosa. Sempre haverão variáveis e fatos que nossa percepção não conseguiu abraçar. Sempre haverá uma informação que nos escapou, uma forma de ver a questão que não nos passou pela cabeça ou uma opinião importante que não escutamos. Nossa visão sobre a questão jamais será absoluta, ainda que naquele momento nos seja tão clara e óbvia, que tenhamos certeza de ter analisado todas as variáveis. Acho que é importante aprender a escutar mais, perguntar mais e colocar nossa opinião em dúvida, exatamente quando temos certeza. Como bem disse Nietzsche: “A maior inimiga da verdade não é a mentira. É a convicção.” Mas, que não restem dúvidas:
Não é fácil duvidar de si mesmo quando se tem certeza!

Pra mim, o segundo ponto é: O que fazer com aquela opinião que você já manifestou tão efusivo e certeiro? Se tiver a maturidade e a habilidade de seguir escutando outras opiniões e visões e acabar mudando de idéia, resta ter a coragem de assumir isto. Assuma o caráter mutável das opiniões. Mesmo da sua. Acho que ter essa coragem é fundamental pra alguém que quer ter suas opiniões seriamente levadas em consideração.

Fiquei pensando em mim mesmo, e, a foi assim que nasceu estes parágrafos. Não tenho problema em mudar de opinião. Mas não deixar minhas certezas me impedirem de avaliar melhor e seguir escutando, este é um desafio que estou me imposndo cada vez mais. Ao mesmo tempo tenho muita consciência da parcialidade das opiniões, e preciso também cuidar para não evitar demais defender as minhas, ainda que não sejam absolutas. Veremos!

Monday, April 05, 2010

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A simplicidade é complexa em sua essência. M.Svartman

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MINHA QUERIDA BABE GOLDE

Na sexta feira estive com a minha avó. Pra quem não conhece, estou falando da D. Golda. Babe Golde, em idish. Babe que dizer vó, e é assim que a gente chama ela: Babe! 94 anos, nascida na Polônia. Chegou ao Brasil, ficou, casou, trabalhou, teve, filhos, netos, bisnetos...


Ela mora atualmente com os meus pais. E para que não restem dúvidas: sim, ela é uma típica mãe judia. Se alguém duvida das piadas que escuta e acha que, por qualquer razão, elas são baseadas em preconceitos exagerados, sugiro uma visita à Babe Golde.

Na sexta feira ela entrou na sala tremendo, gemendo e com a cara de quem acabara de saber de uma tragédia. O que foi, babe? Eu ingenuamente, mas não em desaviso, perguntei.

O papai e a mamãe sumiram!

Meus pais, de férias na Europa, não sumiram. Estão de férias na Europa. Ligam a cada dois dias, mandam e-mails, mensagens pelo celular... E, sim. Eles a avisaram sobre a viagem, explicaram, contaram e deixaram uma turma de pessoas cuidadosas e carinhosas pra cuidarem dela. Mas ela esqueceu. Esqueceu que eles foram viajar e quer saber onde eles estão. Eu expliquei que eles tinham me telefonado e estavam na Dinamarca. Ela parou de chorar, olhou pra mim e perguntou: Verdade?
Sim, Babe. Verdade. E ela retrucou: Verdade? E eu respondi: Verdade. E ela retrucou: Verdade? E eu respondi: Verdade. E ela retrucou: Verdade? E eu respondi: Verdade. E ela retrucou: Verdade? E eu respondi: Verdade, Babe. É verdade! Após alguns segundos ela exclamou: Você ta brincando comigo! Onde eles estão!

Joguei a toalha, jantamos juntos, meu irmão trouxe a filha de um mês pra ela paparicar e tudo ficou bem...

Ontem meu tio foi visitá-la e ela em tom de urgência confidenciou o destino dos meus pais como quem desvendara um mistério:
Eles foram presos!


Não há de ser nada: amanhã meus pais chegam e com o final do Pessach termina o período de provação. No final, é uma delícia ter uma avó de 94 anos!
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O FAIXA PRETA EM AIKIDO É UM FAIXA PRETA EM HARMONIA.  José Bueno, Sensei

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A loucura é consequência inevitável da sanidade.
M.Svartman
Loooongo Caminho Para Relações Sustentáveis




Outro dia observava duas crianças brincando despreocupadas em uma gangorra. Enquanto subiam e desciam alternadamente. Em determinado momento, uma delas parou de dar impulso, e a gangorra parou. Uma embaixo, a outra no alto. Logo, a brincadeira deixou de ser engraçada. Mesmo a que estava no alto deixou de divertir-se.

Lembrei-me da vez quando vi duas irmãs que discutiam aos berros. Perguntei a razão da briga e elas me apresentaram a teoria da “massa constante do universo”. Uma delas lera em algum lugar que a massa do universo é constante. A conclusão delas foi imediata: se uma pessoa está emagrecendo, outra precisa engordar. Sendo assim, sempre que uma delas começa a emagrecer elas brigam, pois a outra irá engordar! Me dei conta de que este raciocínio é imperativo no mundo dos negócios: Na maioria das negociações entre empresas ainda acredita-se que alguém deve perder para que o outro ganhe.

Empresas gostam de dizer que trabalham em um formato onde todos os devem ganhar. Mas o que se vê na maioria das vezes é uma realidade baseada em diminuir a importância e o valor de um dos lados. Não se busca a construção de uma relação de crescimento conjunto. Este modelo não levará ao melhor resultado, pois troca-se interação por pressão.

O que aconteceu com o valor da qualidade, da diferenciação e da criatividade na comunicação? Muitas vezes a agência é escolhida pela área de comunicação, que depois coloca a área de compras no processo para pressionar uma redução de preço, baseada no valor apresentado por outra agência, cujo resultado não agradou o cliente. Ou seja, há pressão crescente para que se entregue o melhor pelo valor do ruim. Há uma fragmentação empobrecedora na relação construída com o cliente. Me pergunto o quanto estamos comprometidos efetivamente com a construção de relações sustentáveis, pois seguimos caminhando no sentido inverso.
Se estivermos efetivamente comprometidos com uma mudança no paradigma de relações e com a construção de cadeias sustentáveisteremos de reaprender a pensar, sentir e agir. Sem ilusões: estamos treinados para uma relação de oposição. Creio o desafio da sustentabilidade ainda nos impõe muito esforço. Precisamos buscar o equilíbrio. Ficar estagnado, ainda que no alto, enquanto outro está embaixo, deixa a brincadeira sem graça nenhuma.

No palco, travestidos de quem não somos, podemos ser tudo aquilo que na verdade somos.
O meu erro foi ter descido do palco. Agora, todos esses personagens que eu quero viver, tenho que viver na vida, e aí, é difícil de encaixar.
O Pecado da Carne
(Eyes Wide Open, Haim Tabakman, 2009)



O filme vale a pena. Bem feito, discreto, direto, sério e importante.
O filme se passa em Jerusalém, provavelmente no bairro de MeaSharim, onde os super ortodoxos vivem e, de certa forma, mantém a ordem segundo seus próprios preceitos. Sem fazer dramas desnecessários o filme mostra uma realidade angustiante (como quase todas) sem mergulhar fundo no drama psicológico dos personagens. Dois religiosos sentem-se atraídos e começam um caso homosexual. Um deles é casado, o que amplia o caso. Curti. Recomendo.

Thursday, April 01, 2010

Is it Truth ?


The more we get to know ourselves, largest is the consciousness of the distortion we are in what we see, understand, say and think. Considering we all distort it… there is no the thing as it is.

The more consciousness we have of the distortion we are, the better we can compensate our understanding and the more we can accept different views over the same point.

Acceptance deals with the effort to accommodate disagreement, and not necessarily it means to find an agreement. Peace does not need a common view upon all the things. It demands only acceptance of different truth than my own. Can we get there? Maybe that would be the great freedom.