Monday, March 22, 2010

FLOWER POWER


Roupas largas, cores misturadas, coletes de couro surrado, chinelos. Este estilo carrega muitas idéias, mas as idéias estão no mundo, e as roupas são apenas uma das formas para expressá-las.
Os hippies continuam por aí, mais fortes do que nunca. Amadureceram, aprenderam a circular pelo sistema e a dosar melhor suas aventuras. Muitos trocaram de roupas, cortaram os cabelos abrindo mão de uma simbologia tão ostensiva. Os Beatles chocaram o mundo viajando pra Índia. Meditaram e viveram em um Ashram. Hoje estas coisas não causam estranhamento. O termo contracultura não se aplica mais a essas idéias. O crescimento das experiências grupais; danças, música ou outras práticas que buscam nos levar a um contato com uma consciência coletiva, uma mente expandida e uma relação mais sensível indicam que continuamos buscando muito do que foi proposto pela geração de Woodstock. Universidades consideradas de ponta pesquisam o efeito da mente sobre a matéria. Até mesmo a polícia de Washington admitiu que um grupo de pessoas meditando pela paz diminuiu os índices de criminalidade na cidade durante a experiência.



Pois é: descobri que EU SOU UM NEW HIPPIE!!


O movimento hippie que do seu jeito intuitivo e imaturo viu mais longe em alguns aspectos. Não viram umas facetas destrutivas da sua forma de ser, mas carregavam algumas mensagens importantes. A vida em comunidade parece também nos fazer uma falta incrível e não temos idéia de quanto ela nos faz. Sou a favor de experiências de vida em comunidade, ainda que mais curtas e esporádicas. Elas nos fazem falta e deixamos de aprender muito.

Sou apaixonado pelo meu país, mas temos de entendê-lo como uma grande comunidade e, a partir daí, cultivar novamente a consciência de que precisamos cuidar dele.

Temos que assumir nosso papel através dos mecanismos para isso. O desprezo à política é compreensível frente ao que ela se tornou, mas é virar as costas ao nosso direito de cuidar da nossa comunidade. A política deveria ser uma ferramenta para cuidar com amor do bem coletivo.

Enfim, o movimento hippie está aí. Vivo em nós. Amadurecido e menos ingênuo, pois esta é outra característica que perdemos, infelizmente. Parece que o mundo perdeu a ingenuidade como já lamentou brilhantemente Chico Buarque.

Mas temos de seguir a transformação, abraçando nosso lado hippie e com esperança de um dia voltarmos a ser absolutamente ingênuos! Paz e Amor.

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