"Inspiração só conheço de nome(...). Poesia é o belo trabalhado. É uma artesania" Manoel de Barros
Um documentário maravilhoso sobre o poeta Manoel de Barros. Lindo.
Tuesday, April 10, 2012
Você é a resposta
A qualidade de vida não deve ser alcançada, deve ser vivida.
Por Marcio Svartman
(artigo escrito para a revista ResultsOn, janeiro 2012)
Há uns dias estava eu em um dos meus mais apreciados programas. Meditava à beira de um lago em um templo budista próximo a São Paulo. Após algum tempo, terminei meu despertar com um suspiro. Mais um minuto e peguei do bolso meu celular. Chequei e-mails, comecei a responder alguns. Um homem parado a alguns metros, no meio do jardim, me olhou com olhar superior e disse: Nem aqui você consegue se libertar. É prisioneiro da tecnologia e dos tempos modernos, que pegam você onde você estiver.
Olhei atentamente para meu colega de jardim, refleti um pouco, e respondi: Meu amigo, são três da tarde de uma 3a feira. Eu estou meditando na beira de um lago, cercado por um bosque. Não fosse este aparelho e tão diabólica tecnologia, eu certamente estaria em meu escritório. A tecnologia que te aprisiona, a mim, liberta.
Não faltam respostas à pergunta: O que nos aprisiona ao trabalho e às nossas obrigações de forma a nos oprimir. Mas a maioria das respostas, são dissimulações de uma realidade interna, emocional, e que só nós mesmos podemos melhorar. Eu poderia ver aquele evento na beira do lago como uma opressão da tecnologia, e se o fizesse, me sentiria oprimido.
Tem filhos?
Não. Tinha dois, mas morreram, Graças a Deus.
Fica feliz com a morte de seus filhos?
Sim. Agradeço a Deus. Estou livre do peso de sustentá-los, e eles, pobres criaturas, livre do peso desta vida mortal.
Este diálogo é um fragmento de uma entrevista de emprego. Ela aconteceu em Londres, em meados de 1.800. Está retratada no livro “História da Riqueza do Homem”, de Leu Huberman.
Não estamos em um período onde o trabalho é mais opressor. Nossa demanda por qualidade de vida não é fruto de um momento onde o trabalho é excessivamente repressivo. É resultado de um momento em que se amplia a consciência humana sobre o fato de que a vida pode ser mais do que isso. Sobre o fato de que já desenvolvemos conhecimento e tecnologia suficiente para resolver todos os nossos problemas concretos com menos esforço, e podemos passar a curtir o mundo ao invés de destruí-lo. O problema é que desenvolvemos a consciência, mas ainda não resolvemos concretamente esta equação.
Mas a solução da equação está também na consciência. O comportamento do mundo e das organizações é o reflexo tardio de nosso comportamento. A idéia de que pressão no trabalho está matando as pessoas muito jovens também é uma ilusão. A expectativa de vida cresce de maneira assustadora. Só nos últimos 30 anos, segundo o IBGE, subiu mais de dez anos, chegando, no Brasil, a 73,5 anos. Daí também vem a vontade de viver bem, pois viveremos muito.
Como resolver este dilema?
O dilema é interno, e não será resolvido pelas empresas, mas sim em uma relação dinâmica entre as pessoas e as organizações, buscando um equilíbrio positivo, que incentive as pessoas a trabalharem bem e torne as organizações o espaço onde as pessoas irão exercer sua criatividade, sua inovação e sua experimentação. Será sempre uma relação dialética entre todos os agentes, pois qualidade de vida também não é a mesma coisa para todos.
Outro dia eu estava em um café e vi dois jovens executivos conversando, quando um deles, com ar professoral disse: “O negócio não é ter qualidade de vida. O importante é ter uma vida de qualidade.”
O que? Isso, perdoem-me, não quer dizer nada. As duas frases são a mesma coisa! Mudar a ordem das palavras não nos dará um horizonte maior de soluções. A vida deve ser um espaço de realização de nosso potencial. Os lideres que construirão o futuro são aqueles que puderem criar ambientes assim, coordenando equipes pelo desafio ao invés da pressão. Pelo comprometimento ao invés da ameaça. E, no mundo, acho que nem todos poderão gozar de uma vida de realizações, assim como nem todas as empresas despontarão como ícones da inovação e do crescimento. Pense como sua organização estará entre elas.
O desafio segue na dimensão individual, e aí existem pelo menos duas frentes importantes: a fé e o desapego. A fé para crer que o futuro será bom, e que poderemos sobreviver nele, tirando-o de uma posição de incerteza assustadora. O desapego vem para reforçar este sentimento e incentivar a ousadia. Gandhi certa vez disse: Não há problema em se ter uma fortuna, mas não podemos sofrer caso a deixemos de tê-la. De maneira geral nossa sociedade ainda persegue o material, e a tranqüilidade oferecida por ele é efêmera, e sempre será.
Por fim, a qualidade de vida não está e jamais estará ligada ao que se tem, mas sim a como nos relacionamos emocionalmente com o que está ao redor. E isto é sempre difícil de admitir em uma sociedade acostumada a lidar muito com o concreto e muito pouco com a subjetividade. Está na hora de mudar isto, e comece por pensar o que você quer para a sua vida, pois esta resposta é responsabilidade sua, não da empresa onde você trabalha.
Monday, March 12, 2012
Wednesday, February 29, 2012
Monday, February 27, 2012
Thursday, February 16, 2012
Quando as Pequenas Empresas
Tornam-se Ainda Menores
Pequenas empresas precisam de pessoas talentosas. Ainda assim, a maioria falha em conseguí-los
As pequenas empresas carregam dificuldades naturais de seu tamanho. Mas carregam também algumas armas e, cada vez mais, precisam usá-las. A maioria ainda tá usando estas armas para atirar ao próprio pé, quando não, estão usando armas antiquadas, que funcionaram bem a uma época, mas agora só servem pra queimar quem as usa.
Tenho visto pequenos empresários se debatendo pela dificuldade de manter bons profissionais. Como competir com uma grande empresa que oferece salários altos e um pacote notável de benefícios?
Tenho visto pequenos empresários se debatendo pela dificuldade de manter bons profissionais. Como competir com uma grande empresa que oferece salários altos e um pacote notável de benefícios?
Como competir com o status que terá um executivo em uma grande empresa, que figurará pesada em seu currículo e em seu cartão de visitas?
O segredo? Não tente enfrentar um gigante copiando sua forma de agir. Mais uma vez lembro uma frase que gosto muito e uso repetidamente. Diz-se que fogo se combate com fogo. Mas certamente seria mais eficiente combatê-lo com água.
Uma pequena empresa dificilmente poderá oferecer salários tão agressivos quanto as grandes, e menos ainda pacotes de benefícios tão recheados, mas há que se pensar como um pequeno. Empresas pequenas podem ser mais ágeis e mais flexiveis. Oferecer a seus funcionários uma liberdade difícil a uma grande.
Mas tá cheio de pequena empresa achando que por ser pequena pode se comportar como criança. Fazendo tudo sem maturidade, meia boca, sem políticas claras e sem uma comunicação clara e transparente internamente. O dono decide e pronto, deixando os funcionários, mesmo os que tem posições importantes, como palhaços que precisam se submeter às suas vontades. Tenham certeza, nenhum profissional bom e que acredite em si mesmo vai aguentar isso.
Uma empresa pequena não precisa menos profissionalismo que uma grande. Pelo contrario, precisa mais. Se você é um pequeno barco e quer que um grande marinheiro navegue com você, deverá deixar muito claro como será conduzido o barco, e qual sera o papel dele. Deve manter espaço aberto para a conversa constantemente, e deve escutá-lo de verdade.
Antes de uma manobra, deve conversar com sua equipe, e certificar-se de que todos estejam alinhados e farão o movimento corretamente e com vontate. Acreditando ser este uma boa opção. Se você consuzir sua epresa no formato “sobre aí que a gente vai vendo”, somente conseguirá os marinheiros que estão sobrando, e que escolherão você por falta de opção. Obviamente, não será esta a melhor tripulação.
Antes de uma manobra, deve conversar com sua equipe, e certificar-se de que todos estejam alinhados e farão o movimento corretamente e com vontate. Acreditando ser este uma boa opção. Se você consuzir sua epresa no formato “sobre aí que a gente vai vendo”, somente conseguirá os marinheiros que estão sobrando, e que escolherão você por falta de opção. Obviamente, não será esta a melhor tripulação.
Se você simplesmente virar o barco, alguém em desaviso vai cair no mar. E se não cair, sentirá o desequilíbrio, e se isso acontecer mais de uma vez, acabará por desembarcar antes de cair.
Algumas empresas pequenas também se carregam de rigidez. Com medo de serem pouco profissionais, ou desconfiadas de seus funcionário – que estão lá por falta de opção e não porque acreditam na jornada que estão fazendo - carregam regras sem fim, numa ilusão ridícula de que as regras garantem o bom funcionamento. Isto é o começo do fim. Ter políticas claras e acordos transparentes é diferente de ser cheia de regras e rígida. Aproveite seu tamanho para ser flexivel, mas coordene esta flexibilidade de forma clara com a equipe, sempre. Esta é a vantagem de uma equipe menor. Use-a.
O empresário que se cerca de gente fraca acaba se achando forte. Se você acha que pode levar sua empresa sozinho e que todos so teu redor são estúpidos. Você provavelmente está errado sobre os dois aspectos, mas certamente está errado sobre o primeiro. Logo será atropelado por um concorrente mais competente, e nem saberá o que aconteceu.
O empresário que se cerca de gente fraca acaba se achando forte. Se você acha que pode levar sua empresa sozinho e que todos so teu redor são estúpidos. Você provavelmente está errado sobre os dois aspectos, mas certamente está errado sobre o primeiro. Logo será atropelado por um concorrente mais competente, e nem saberá o que aconteceu.
Quando sua equipe é pequena você pode conhecer as pessoas. Fique com aquelas em quem você confia, e faça as coisas direito para que elas confiem em você e tenham vontade de estar as seu lado. Pois tentar controlar e cobrar para gerar resultados será uma batalha desgastante, constante e de resultados medíocres. Uma das coisas que frustram executivos de empresas gigantes é a sensação de que conseguem influenciar pouco os caminhos tomados pela empresa. Se você é uma empresa pequena e não deixa que seu funcionário participe da definição dos rumos a serem tomados, você está sendo pouco inteligente e ele acabará por se cansar disso. Eu, pelo menos, não ficaria no seu barco.
Seja uma pequena empresa séria e profissional e com inteligência todos poderão aproveitar as vantagens de estar em uma pequena empresa. E somente assim você poderá ser mais tentador para bons profissionais do que as grandes. Existem profissionais bons com todos os perfis, e alguns deles preferem empresas pequenas, mas só aceitarão permanecer nas que forem muito boas.
Monday, February 06, 2012
Friday, January 27, 2012
Thursday, January 26, 2012
Parabéns babe Feigue
Homenagem rápida pra minha querida avó
Enquanto São Paulo comemorava confusa seu aniversário, o Rio assistiu se fazer uma tragédia de tijolos que se desfaziam. Um absurdo desses difíceis de aceitar, como não conseguia aceitar o homem que aos prantos esperava notícias da esposa que trabalhava entre as paredes que agora eram um amontoado de entulhos. São Paulo, entre denúncias feias sobre a Prefeitura e sobre o prefeito, e insatisfações aquecidas com o Governo do Estado, tentava promover passeios ciclisticos e eventos culturais para lembrar que o dia, era um dia de festa. Festa para a cidade, que comemorou, em sua grande maioria, deixando a cidade pra trás em busca de um canto mais tranquilo. O feriado para brindar à cidade, foi usado por muitos para abandoná-la. Abandoná-la por pouco, para depois voltar. Diferente daqueles que sob a tragédia de escombros, foram tristemente para não voltar mais.
Mas aqueles que vão, também ficam. Ficam naquilo que deixaram. E para concluir esse suspiro sobre este 25 de janeiro, um carinhosa lembrança de alguém que ficou, aqui está, mas há muito se foi. Minha avó, Babe Feigue, que ontem, se aqui estivesse, comemoraria seu centenário! Saudades Babe.
Babe Feigue nasceu em 1912, na Bessarábia, uma região da Bielorussia, e que na época era território da Romênia. Veio pro Brasil ainda jovem, casou-se com meu avô, Abrão, teve um filho, meu pai, e fazia um nhoque maravilhoso. Babe quer dizer avó, em idish.
Thursday, January 19, 2012
Sincretismo Cultural
Vivemos sim em uma época de sincretismo religiosos. Mais do que nunca, creio. Mas aí vai um belo exemplo de sincretismo cultural, onde canções judaicas são cantadas sob clara influência do culto Gospel Cristão. Aliás, o nome desse post é, na verdade, óbvio, já que o sincretismo denota a junção de diferentes elementos culturais. Então, chega de falar e olhe aí. Bonito.Thursday, December 08, 2011
Impressionante!! O Código Secreto do Fim do Mundo e o Ahmadinejad.
Já que entrei no tema, pesquisei um pouco e acabei decifrando o código. Sabe essa onda de juntar palavras e descobrir que os escritos antigos já previam tudo? Tipo: Tudo tava na Torá (Velho Testamento), é só juntar as palavras diferente.Pois bem, descobri esse negócio de fim do mundo. Como vai acabar? Uma bomba nuclear iraniana. Duvida? Então olha aí:
E o Mundo não vai acabar. Droga! Bem aqui na minha frente tem um grande calendário Maia pendurado na parede. Acho a imagem linda, e é por isso que, há muitos anos, comprei a peça em uma feirinha popular no México. Muitos anos antes de saber que esta linda imagem anunciava o fim do mundo em 2012.
Mas agora, nem isto mais é verdade. Após anos de frenesi sobre a previsão Maia, os últimos estudos apontam que não era o final dos tempos que estava ali anunciado, mas a volta de um Deus. Que decepção!
Temos muitos deuses! Deuses de diferentes caras, tamanhos e religiões. Temos deuses absolutos e deuses responsáveis por áreas específicas. Já temos também muitas religiões que esperam pela chegada de uma divindade para resolver os problemas. Mas nada disso acontece. Nada disso resolve nossos problemas. O fim do mundo, este sim, resolveria de vez com todas nossas angústias.
Enfim, voltamos à estaca zero. Nada de fim do mundo. Nada de soluções divinas por hora. Me resta citar o grande Gil ao cantar "eu também to do lado de Jesus, só que acho que ele se esqueceu, de dizer que na Terra a gente tem, que arranjar um jeitinho pra viver."
E bora trabalhar porque parece que esse mundo não vai mesmo acabar!
Mas agora, nem isto mais é verdade. Após anos de frenesi sobre a previsão Maia, os últimos estudos apontam que não era o final dos tempos que estava ali anunciado, mas a volta de um Deus. Que decepção!
Temos muitos deuses! Deuses de diferentes caras, tamanhos e religiões. Temos deuses absolutos e deuses responsáveis por áreas específicas. Já temos também muitas religiões que esperam pela chegada de uma divindade para resolver os problemas. Mas nada disso acontece. Nada disso resolve nossos problemas. O fim do mundo, este sim, resolveria de vez com todas nossas angústias.
Enfim, voltamos à estaca zero. Nada de fim do mundo. Nada de soluções divinas por hora. Me resta citar o grande Gil ao cantar "eu também to do lado de Jesus, só que acho que ele se esqueceu, de dizer que na Terra a gente tem, que arranjar um jeitinho pra viver."
E bora trabalhar porque parece que esse mundo não vai mesmo acabar!
A Diplomacia Brasileira e o Pulo do Peixe
É difícil colocar-se no lugar de outro, principalmente sem fazer isto de forma simplista e cega. Com o olhar ofuscado por uma ideologia pouco profunda, projetada sobre uma tela que desconhecemos. Olhamos, mas não vemos. Vemos apenas nossa projeção sobre aquela realidade. Quando estamos fora, desconhecemos. Acho que devemos, sim, emitir, ou ao menos ter, opiniões sobre situações externas à nossa vida, mas com o cuidado extremo de lembrar que nossa opinião é externa. E está, sempre, baseada numa visão parcial que pode ser muito torta.
É esta humildade, em minha humilde e externa opinião, que falta à diplomacia brasileira. Nossa diplomacia ainda informa-se demais através da mídia, e bebe sem medo de informações parciais, como todas são, e distantes. Nosso governo está embebido de uma arrogância perigosa, baseada no bom momento que vive o pais no contexto internacional. Calma lá! Nosso pais ainda tem muito a amadurecer, e nosso Estado está longe de ser exemplo.
Agora, a Síria reclama do Brasil, dizendo que o pais está atrapalhando o encaminhamento para uma democracia. Esta opinião também é parcial, emitida pelos opositores a Assad, mas de qualquer forma, o Brasil precisa ser mais maduro, creio, ao emitir e assumir suas posições. A opinião brasileira sobre os assuntos internacionais agora tem peso. Falta o país exercê-la com a maturidade que finge ter. Por fim, um peixe pode emitir sua opinião sobre o céu, mas na realidade seu conhecimento é baseado apenas em rápidos saltos que ele dá pelo ar. Difícil desafio esse de exercer uma posição. E por isso mesmo é com consciência desta dificuldade que o Brasil precisa estudar os assuntos ao manifestar-se. Por fim, eu, aqui de fora, baseado nos meus pequenos saltos pelo ar, não vejo em nossa diplomacia esta maturidade.
Wednesday, December 07, 2011
Boas e Velhas Mídias
Esse texto foi postado no farelos, Blog da Elos Comunicação, quando eu ainda estava por lá. Foi em julho de 2008. Foi inspirado pela minha querida Cris Naumovs. Ele já nasceu meio antiquado e, portanto, continua atual. rs. Como hoje é aniversário da Cris, resgato ele do fundo do baú sem fundo.
Uma querida amiga recebeu outro dia um e-mail sobre o podcast de outra amiga querida. Ela olhou intrigada e, enfim, exclamou: “Isso é coisa de viado, ou a gente ta ficando velho mesmo?”
Pois é. Boa pergunta. É claro que falar “coisa de viado” não se refere a nenhuma opinião preconceituosa sobre os homosexuais, ao menos, não dela mesmo. Evidentemente é sim uma impregnação cultural bem preconceituosa e antiquada. Na realidade, falar “coisa de viado” não quer dizer que a gente não gosta de viado, e nem que a gente não gosta de “coisa de viado”. Quer dizer só que…que..que a gente é velho mesmo! Porque não se fala mais “coisa de viado”. Aliás, mais da metade dos nossos amigos mais queridos são gays. Apesar deles também serem da nossa geração, a maioria deles não fala “coisa de viado”, porque eles estão normalmente na vanguarda. Eles são descolados, porque já que a cultura clássica, o mainstream social, coloca eles de lado, então eles chutam o caneco e se ligam no que há de mais novo no universo da produção de cultura. Aliás, por isso mesmo a pergunta sobre o podcast. A gente nem descobriu que isto existe e já tem gente fazendo isso. É revoltante pra alguém como nós! Nós que queríamos ser a ponta do que se faz em cultura! Mas a gente não consegue. A gente não consegue porque agora tem esse papo de “novas mídias”. Quando o primeiro jornal começou a publicar fotografias coloridas eles anunciaram até na TV. Pô! Eu lembro disso! Aliás, jornal, TV,…isso eu conheço. Conheço outdoor, que agora nem pode mais!
Aí começou a Internet! Isso ia ser a nova mídia. Internet?! Nem se fala mais internet. Agora cada coisinha que rola na Internet tem um nome. Tem um monte de coisas rolando por lá. Até vida paralela! Aliás a tecnologia é fantástica, mas esse papo de Second Life é esquisito. Eu sei que Second Life poderia estar em negrito, mas eu tenho uma triste notícia: isso não é outra língua. É assim que chama mesmo. Não tem um nome em outra língua. É esquisito, mas pode ser legal. Legal porque a gente pode experimentar viver outras vidas. Esquisito porque tem gente que deixa a vida de lado pra curtir só essa vida virtual. Sei lá…eu acho esquisito, mas talvez seja porque eu tô velho. Acho que se for uma second life, ok. O problema é virar only life…ou lonely life. Na real, ta cheio de coisa esquisita nesse negócio de novas mídias. Tipo TV no elevador. E agora? Acabou aqueles momentos constrangedores de silêncio? Aquela coisa chata de comentar sobre o tempo. Ta sol hoje, né? Nossa como esfriou! Que nada! Agora tem TV no elevador mostrando a previsão do tempo no mundo todo pelos próximos cinco dias! Que coisa chata! A gente mal entra no elevador e já tem de ver a notícia de que jogaram uma menininha pela janela! Caramba! Privacidade agora, só no banheiro! …Por enquanto. Quer dizer, em banheiro de bar já tem novas mídias também, mas em casa ainda não.
Eu acho tudo legal, mas lamento as saudades de coisas que ainda não se foram, mas acho que irão. Tipo ler o jornal no domingo de manhã enquanto o leite sobe na leiteira e deixa aquele cheirinho na cozinha. Tipo perder alguma seção do jornal no meio de todos aqueles cadernos de domingo… Mas, ao mesmo tempo, papel destrói árvores…
O lixo eletrônico, no entanto, é outro problema. O que fazer com milhões de aparelhos de celular que viram lixo todos os anos? Pois é! Ta meio complicado, mas eu não temo pelo mundo não. O mundo não vai acabar por nossa causa. Nós é que vamos acabar, o mundo vai ficar por aí, habitado pelas baratas de filtro solar que vão se bronzear num mundo mais quente. Por fim, descobri o que é podcast, e isso já valeu o dia. Me senti até mais jovem.
*quem quiser conhecer os podcasts da nossa querida amiga Cris Naumovs, vale a pena. Procura ela aí no google que vc vai achar um monte coisas. Porque é isso que ela faz: um monte de coisas excelentes! (esse comentário faz parte do texto riginal, portanto, nem sei se esse podcast ainda existe. acho que não.)
Monday, December 05, 2011
Ganha-Ganha às Avessas
Ajudar o próximo é maravilhoso e louvável. Mas veja aí o que tenho observado em algumas organizações:
Fulaninho tem sobre seus ombros as cobranças relacionadas ao resultado esperado do seu trabalho. Mas não há uma relação objetiva e pré-definida de recompensa versus resultado gerado. Apenas uma declaração de expectativas quanto às suas metas.
Seu colega, Frufruzinho, ventila estar sobrecarregado. Precisando de ajuda, e o bom samaritano, Fulaninho, imediatamente começa a ajudá-lo.
Ao final do mês as cobranças vem, e a resposta é evidente: Eu não consegui chegar à minha meta porque precisei ajudar o Frufruzinho!
Veja que maravilhosa arquitetura psíquica. Trocar a pressão de realizar meu trabalho e o medo de não conseguir, pelo papel de bom samaritano e colega fiel. Precisei ajudar o outro por isso não fiz o meu! Sendo assim, tudo o que eu fiz, é mais do que seria feito sem a minha ajuda, portanto fiz bem. O que eu não fiz, não é culpa minha! É o ganha-ganha às avessas.
Não é maravilhoso?
Há que se cuidar das estruturas mentais maquiavélicas que nós mesmos criamos para não ter de lidar com o medo do fracasso. Não é de hoje que a maneira mais conhecida de fazer isto, é assumir o fracasso e criar para ele uma boa desculpa antes mesmo de tentar chegar ao sucesso.
Friday, December 02, 2011
Inovação na Educação - Assunto Antigo
Nem Só de Velhinhas Atravessando a Rua Vive o Escotismo
Eu fui escoteiro. Escoteiro mesmo, desses de calças curtas e lenço no pescoço. Usei aquele chapéu igual à Policia Montada Canadense e passei centenas de noites da minha vida dormindo em uma barraca.
No Brasil, há muito preconceito quanto ao escotismo.


O escotismo jamais me fez sentir-me idiota, pelo contrário.

Entre aqueles que usavam a roupa de idiota ao meu lado, hoje estão diretores de banco, acadêmicos, professores, executivos, empresários, artistas… Todos profissionais e pessoas maduras, bem sucedidas. Pessoas que aos doze ou treze anos já aprendiam, por necessidade, a fazer reuniões, viver em grupo, debater e tomar decisões. Aprendiam a fazer fogo e usar facas, e assim também a ter responsabilidade. Pessoas que aprenderam a trabalhar pela sociedade, a pensar nos outros, e a viver em harmonia com a natureza muitas décadas antes de falar-se em sustentabilidade.

Há uma diversidade muito grande de grupos escoteiros, muito diferentes entre si. Há que se aprender e desenvolver para que os piores melhorem e os melhores ensinem, mas o escotismo pode ser uma força motriz da mudança de uma sociedade, e, certamente, do crescimento de uma pessoa. Há que se acabar com a visão distorcida, incentivar e participar.
Friday, November 25, 2011
Instituto Fazendo História
Uma história que encanta
Há alguns anos recebi um presente. Desses que vem embrulhados de convite.
Ser conselheiro de uma Instituto que se formava, em 2005, com não muito mais do que um trabalho iniciado, experiências ricas e formações consistentes de quarto psicólogas, cheias de energia, vontade e conhecimento. Olhei ao redor e percebi estar neste convite muito bem acompanhado, por muitos que hoje me acompanham no Conselho.
Foi assim que teve início uma relação maravilhosa de construir e desafiar. Foi assim que nasceu o Instituto Fazendo História, Instituição que abraça a causa de melhorar profunda e seriamente a condição de abrigamento e desabrigamento neste país, e assim, melhorar o país. É um trabalho que olha para todas as conexões. Todas que conseguem ver, procurando, o Instituto, através de todos que nele se envolvem, acolher cada uma delas e trabalhá-las.
No começo, Renata, Lola, Cacá e Claudia, que cito aqui pois foram as que seguraram nas mão as primeiras sementes, desbravavam com muita coragem e energia os caminhos de criar uma nova instituição. Nós, o Conselho, fazíamos o mesmo a partir de nosso lugar. Ajudamos, cobramos, participamos, até que, de repente, começamos a perceber que o barco tinha movimento próprio.
Hoje, ser conselheiro do Instituto Fazendo História é um grande orgulho para mim. O barco vai, com uma tripulação grande e maravilhosa, que infelizmente não citarei nomes por serem muitos. Cada um, fundamental e fantástico. Estar no conselho é uma honra, que permite ver de perto um trabalho lindo, que cresceu, ampliou-se, amadureceu e, hoje, atinge muita gente. Muita gente tem e terá um futuro melhor graças a cada pessoa dessa equipe. Muitos vieram e que foram, mas todos são parte desta história.
Vocês, queridos profissionais e voluntários, estão realmente fazendo história. O Conselho assiste e aplaude. Eu ao menos, o faço, mas sei que posso dizer isto em nome de todos.
O Instituto fecha o ano com realizações maravilhosas, três indicações a prêmios muito importantes, dos quais ganharam dois, e, principalmente, com muito conhecimento, energia e pessoas incríveis para continuarem Fazendo História. Muitas crianças agradecem, tenham certeza. Muitas famílias mal podem agradecer. Eu agradeço o presente de ser membro deste Conselho.
Há algumas semanas tive o prazer de acompanhar no MASP, o evento de premiação de uma das indicações, e vi a vibração desta equipe. Maravilhosa.
Parabéns! Que 2012 ilumine suas vidas, como suas vidas tem iluminado a de tantos outros.
Marcio
Se você não conhece o Instituto Fazendo História, clique aqui pra ver que trabalho lindo. E se puder, apóie, e ajude esta história a ficar cada vez mais bonita.
Em 2011 o IFH foi indicado aos prêmios Empreendedor Social - Folha de SP, PrêmioClaudia e Prêmio Tecnologias Sociais - Fundação Banco do Brasil , tendo vencido os dois últimos.
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