Thursday, December 08, 2011


A Diplomacia Brasileira e o Pulo do Peixe

É difícil colocar-se no lugar de outro, principalmente sem fazer isto de forma simplista e cega. Com o olhar ofuscado por uma ideologia pouco profunda, projetada sobre uma tela que desconhecemos. Olhamos, mas não vemos. Vemos apenas nossa projeção sobre aquela realidade. Quando estamos fora, desconhecemos. Acho que devemos, sim, emitir, ou ao menos ter, opiniões sobre situações externas à nossa vida, mas com o cuidado extremo de lembrar que nossa opinião é externa. E está, sempre, baseada numa visão parcial que pode ser muito torta.
É esta humildade, em minha humilde e externa opinião, que falta à diplomacia brasileira. Nossa diplomacia ainda informa-se demais através da mídia, e bebe sem medo de informações parciais, como todas são, e distantes. Nosso governo está embebido de uma arrogância perigosa, baseada no bom momento que vive o pais no contexto internacional. Calma lá! Nosso pais ainda tem muito a amadurecer, e nosso Estado está longe de ser exemplo.
Agora, a Síria reclama do Brasil, dizendo que o pais está atrapalhando o encaminhamento para uma democracia. Esta opinião também é parcial, emitida pelos opositores a Assad, mas de qualquer forma, o Brasil precisa ser mais maduro, creio, ao emitir e assumir suas posições. A opinião brasileira sobre os assuntos internacionais agora tem peso. Falta o país exercê-la com a maturidade que finge ter. Por fim, um peixe pode emitir sua opinião sobre o céu, mas na realidade seu conhecimento é baseado apenas em rápidos saltos que ele dá pelo ar. Difícil desafio esse de exercer uma posição. E por isso mesmo é com consciência desta dificuldade que o Brasil precisa estudar os assuntos ao manifestar-se. Por fim, eu, aqui de fora, baseado nos meus pequenos saltos pelo ar, não vejo em nossa diplomacia esta maturidade.

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