Friday, December 02, 2011


Inovação na Educação - Assunto Antigo
 Nem Só de Velhinhas Atravessando a Rua Vive o Escotismo
Eu fui escoteiro. Escoteiro mesmo, desses de calças curtas e lenço no pescoço. Usei aquele chapéu igual à Policia Montada Canadense e passei centenas de noites da minha vida dormindo em uma barraca.
No Brasil, há muito preconceito quanto ao escotismo.
Quem não conhece a famosa definição? Escoteiros são crianças vestidas de idiotas, chefiadas por idiotas vestidos de criança.
Escutei-a milhares de vezes, achando graça da criatividade que a criou, e sem me ofender por sentir que ela está extremamente distanto da realidade do escotismo. Realidade que conheci bem, com mais de 15 anos ativo neste universo. Das grandes aprendizagens de minha vida, que uso a cada dia, pessoal ou profissionalmente, tirei mais delas do escotismo do que de qualquer outro lugar.
O escotismo jamais me fez sentir-me idiota, pelo contrário.
No meu unido grupo de amigos, figuram até hoje, aqueles que ao meu lado brincaram nesta maravilhosa forma de aprender e crescer. 
Entre aqueles que usavam a roupa de idiota ao meu lado, hoje estão diretores de banco, acadêmicos, professores, executivos, empresários, artistas… Todos profissionais e pessoas maduras, bem sucedidas. Pessoas que aos doze ou treze anos já aprendiam, por necessidade, a fazer reuniões, viver em grupo, debater e tomar decisões. Aprendiam a fazer fogo e usar facas, e assim também a ter responsabilidade. Pessoas que aprenderam a trabalhar pela sociedade, a pensar nos outros, e a viver em harmonia com a natureza muitas décadas antes de falar-se em sustentabilidade.
Vivemos em um país onde abundam recursos que o escotismo aprendeu a usar como ferramentas de educação, e ainda assim, o escotismo está marginalizado, abraçado por uma parcela muito pequena da população. Participo de muitos grupos e discussões sobre inovação na educação. Grande parte do que se fala está no escotismo, e está lá, sendo conscientemente trabalhado e discutido há mais de 40 anos.
Há uma diversidade muito grande de grupos escoteiros, muito diferentes entre si. Há que se aprender e desenvolver para que os piores melhorem e os melhores ensinem, mas o escotismo pode ser uma força motriz da mudança de uma sociedade, e, certamente, do crescimento de uma pessoa. Há que se acabar com a visão distorcida, incentivar e participar.

3 comments:

taniastahl said...

Ótimo post Márcio. Acredito que todos que passaram pela Ava são pessoas que pensam sobre a diversidade, a inclusão, a natureza e o relacionamento humano como base da edução. Parabéns!

Moshe Reskin said...

Muito bom Marcio!!! todos os escoteiros sao pessoas muito interesantes e aqueles que pasaram por Avanhandava mas ainda...abracos
Moshe Reskin

Marcio Svartman said...

Tânia, Moshe...que bom vê-los por aqui.