Tuesday, November 23, 2010

E pra aproveitar a balada das entrevistas importantes, aí vai a última do Raul!
Excelente... Dale Noviorque!

O Mistério que não acabou, e o que já se sabia se reforçou

"Quando abandonei o direito e me dediquei à carreira artística, sabia que a carreira artística era inútil. Eu hoje consegui ser um advogado mais inútil que qualquer artista."  Vandré

Outro dia postei um comentário sobre a entrevista de Geraldo Vandré na Globo News, dada no dia em que ele completava, sozinho, seus 65 anos.
Tentei assistir a entrevista novamente, mas não consegui.
Me incomodou demais. Me deixou entre triste e angustiado. De qualquer forma, pra quem não assistiu, reforço:  
Assista!
Coloquei ela aqui no Blog. Por favor, assita pois a história política perigosa e vergonhosa da política ainda recente não pode perder-se antes de esfriar, pois periga, assim não esfriar jamais. Se este país vai mudar é porque ele será mudado. E os que construiram a sua pobreza, seguem por aí convibendo com a verdade e a ilusão que se vende de uma nova era.




A entrevista começa dizendo que um dos maiores mistérios da MPB terminará naquela entrevista. Pra mim o mistério que havia segue, e o que, na verdade, todos sabiam, se reforçou.


Friday, November 19, 2010

Entrevista Marcio Svartman #ONWEEK

Entrevista publicada na Revista OnWeek - setembro 2010 quarta-feira, 15 de setembro de 2010, 11:25


Marcio

No terceiro dia do ON Week, o Marcio Svartman vai falar sobre o papel que o medo exerce nas nossas carreiras e negócios, principalmente no que diz respeito à vida corporativa jovem. Além da palestra, o consultor também estárá presente em uma matéria na Results#21 (rodando na gráfica enquanto escrevo esse post), sobre as novas relações hierárquicas corporativas,  nas quais o medo e a incerteza ainda são sentimentos bastante presentes. Então, enquanto você aguarda o evento (inscreva-se aqui) e a revista, adianto abaixo a entrevista que o Alê Finelli fez com ele para a reportagem.
Muitas empresas afirmam serem mais amplas e abertas ao diálogo. Como tem sido isso na prática? As relações entre os funcionários, de diferentes posições, estão realmente mais horizontais?
Acho que compararmos com as relações de trabalho até a década de 80, sim. Há uma diminuição das barreiras hierárquicas na empresa. Isto não quer dizer que elas sumiram. Além disso, uma mudança leva tempo para acontecer. Tirar as paredes, manter portas abertas e dizer que qualquer um pode dirigir-se ao presidente são atitudes simbólicas. Elas indicam o início da mudança, mas leva tempo para que estas intenções tornem-se realidade. As barreiras contruídas na mente das pessoas ainda não foram rompidas. Há muita fantasia sobre as relações hierárquicas, e estas fantasias existem desde que o homem começou a organizar-se em sociedade. No livro Totem e Tabu, de Freud, ele descreve de forma fascinante os rituais de relacionamento com os líderes em tribos primitivas na Oceania. Todas as dificuldades  já estavam lá, e seguem existindo. Rompê-las implica na contrução de um novo modelo mental. No dia-a-dia vejo, ainda, muito medo nas pessoas em dirigirem-se com espontaneidade a seus superiores na empresa. É uma pena, mas a realidade ainda é esta de maneira muito forte.
A forma como a Geração Y se relaciona com seus superiores é, de fato, diferenciada?
A maneira como esta geração vê a hierarquia é, sim, diferente. Mas eles também sabem perceber quais são os códigos adequados nos ambientes em que estão inseridos. Todos nós fazemos isto. É uma questão de sobrevivência nos grupos. Se um profissional acha que a formalidade para chegar ao presidente não faz sentido, ele pode ter mais facilidade de rompê-la, mas isto não quer dizer que ele irá ignorá-la, pois sabe que a organização é como uma sociedade, e tem suas regras. Algumas formais, outras não.
Então, quais são os caminhos para diminuir as distâncias hierárquicas?
É uma mudança cultural. Isto quer dizer que a mudança deve acontecer em diferentes níveis. Quando esta geração começar a subir a cargos mais altos, estas barreiras já irão diminuir naturalmente. A geração anterior, chamada Geração X, já está fazendo isto, pois também é bem menos formal que as gerações anteriores. Portanto, há uma diminuição neste gap que acontecerá naturalmente. Mas a grande dificuldade que ainda não foi abordada é reaprender a usar o diálogo como elemento de trabalho. Criar mecanismos adequados para a troca e a construção conjunta é um passo fundamental para que a diminuição da distância hierárquica torne a empresa mais criativa, inovadora e agradável. Ao invés de transformá-la em uma bagunça. Isto parece mais simples do que é na realidade, e as empresas não sabem fazer isto, nem a turma da Geração Y.
Fazendo um balanço disso, você acha que dá para concluir que as questões hierárquicas são mais pessoais do que geracionais?
Os dois aspectos influenciam este comportamento. Há um componente pessoal, que diz respeito à personalidade, mas também ao histórico de vida de cada um. Mas é inegável que há um componente cultural muito forte e importante. E este componente é diferente a cada geração.
Palestra no ONWeek 2010:

http://www.ustream.tv/recorded/9773168

Wednesday, November 17, 2010

No HSM Expomanagement 2010 estive na Estação do Conhecimento Geração Y falando sobre o medo.
Este é um papo sobre o tema com o Portal de Imprensa HSM.

Friday, November 12, 2010


Transparência, e não se fala mais nisso! ...ou quase.

Algumas pessoas nestes dias me perguntaram sobreo exercício da transparência na empresas.
Realmente o exercício não é complicado, mas como todo exercício ele demanda prática e repetição para que se aprimore. E dá trabalho, pois o que há muito não é exercitado, torna-se atrofiado, desengonçado.
A atrofia é tanta que quando vejo as tentativas de transparência, a falta de prática fica evidente, mas infelizmente não é evidente ainda para os profissionais envolvidos, que há muito não a praticam.
A transparência implica em um diálogo franco, o que está distante das práticas mais comuns entre profissionais e diferentes atores do mercado. Falta diálogo e falta consciência de que o diálogo não está ocorrendo. A estrutura de trabalho hoje não é contruída para facilitar o diálogo, mas para eliminá-lo. Cada vez mais vejo estruturas que eliminam o diálogo e discursos que declaram privilegiá-lo. Há uma dicotomia entre prática e discurso e isto está começando a colocar a transparência numa infeliz posição de discrédito.
Exercitar o diálogo demanda uma aprendizagem. Trabalho muito incentivando o diálogo em organizações. Muitas vezes acho que posso dar mais uma passo atrás, pois a organização conseguirá sustentar sozinha esta troca franca, mas o retrocesso é rápido, ainda que não volte ao ponto inicial. Ao mesmo tempo, o efeito que o diálogo provoca é incrível. O trabalho de reaprender a diálogar e exercer a transparência é fundamental, mas não ocorre no mesmo imediatismo ilusório ao que o Mercado se acostumou.
Por fim, estou cada vez mais convicto de que aprender a dialogar internamente e com o mercado é um dos saltos que precisam dar as empresas que surgirão em breve como as inovadoras destes tempos.

Wednesday, November 10, 2010


Enquanto nos esforçamos para criar o novo, os jovens o fazem sem esforço ou consciência. Apenas por ser isto, natural.
Também os jovens um dia assistirão a chegada dos mais novos, sem dar-se conta de que os que chegam não são crianças arrogantes, mas jovens que chegam mais uma vez com o novo enquanto, sem perceber, os que observam deixam de ser eles mesmos os jovens da vez.
E por isso tudo ocorrer enquanto vivemos, somos surpreendidos por esta mudança tão óbvia. A aprendizagem que nos cabe é aprender a saborear a maturidade e oferecê-la com humildade para que o novo seja cada vez melhor. O duro é que ser jovem é o desejo constante, pois a sensação de aventura oferecida pelo novo compensa a constante angustia da juventude que aproveita o momento com intensidade, mas sem a consciência de que o momento é apenas o momento e, sem dúvida, passará. Sempre passará pois a impermanência é lei inquestionável da vida.
E a juventude sempre passará, deixando sua grande e inquestionável transformação no mundo que permanecerá até que se vá, como sempre irá.

Wednesday, November 03, 2010


A Liberdade da Loucura
Neste feriado aproveitei pra ir ao teatro. Independente de comentários sobre a peça, que tomarei cuidado de fazer com mais vagar pra evitar injustiças, uma cena me chamou a atenção num despertar de curiosidade.
Os atores, em determinado momento, representam um grupo de, por assim dizer, loucos. São pacientes internados em uma instituição para doentes mentais.
Todos eles atuando com competência, representando de forma angustiantemente cuidadosa os pacientes com suas manifestações doentias. Mas era inevitável perceber o prazer em cada ator ao escolher como reprentaria ele sua loucura. Como cada um deles escolheu manifestar sua dita falta de sanidade, parecia ser um prêmio dado a cada um pela sua atuação nas demais cenas.
O prazer de poder ser louco e manifestar livremente sua loucura, permitindo ao corpo senti-la e à mente libertá-la, protegidos pelo palco e pela representação, era o brinde dado a cada ator, cuja a alegria em poder faze-lo transparecia em suas faces alegres e leves.
Como é bom poder ser louco vez por outra.

Friday, October 15, 2010


Tchau babe...
A minha avó, Babe Golda, tornou a vida cheia de sentimentos.
Sempre a chamei de babe, avó em idish. Isso rendeu uma terrível frustração à minha prima, que um dia chegou em casa vinda da escola, quase chorando por constatar que somente ela, de toda a sua classe, não tinha avó. Desde que nasci, eu também não tive uma “vó”. Tive babes. A babe Feige e a babe Golda.
A babe Golda não foi sempre uma pessoa fácil, mas foi sempre uma pessoa especial.
Nasceu na Polônia, em 1915, e ainda jovem chegou ao Brasil. Estudou, trabalhou, aprendeu português com perfeição e ingles pra falar com os irmãos que, ao deixarem a Europa, tiveram os estados Unidos como destino e, portanto, fizeram metade de nossa família, americanos.
Da habilidade em costurar criou com meu avô, uma bela empresa. Criou seus três filhos, conheceu seus dez netos e teve em seu colo 13 bisnetos. Babou em cada um deles. Foi o centro da família em tantos momentos, contou sua história, contou nossa história, abriu conosco bagagens de nossa família que só ela poderia nos ter mostrado. Umas belas, outras feias.
Se fascinou com os computadores que permitiam ver a família espalhada pelo mundo, falar com eles, escutar. Antes, não deixou jamais de escrever para todos, manter suas amizades, manter a família conectada. E, há 12 anos, quando declarou uma das milhares de vezes que já estava na hora de morrer, aceitou a proposta de uma sobrinha-neta e trocou a morte por escrever a história da família. Escreveu página e páginas de lembranças, festas, dificuldades, pobreza, alegria, conquistas e intrigas. Escreveu nossa história.
Fez trocas como esta muitas vezes. De meus 37 anos, 30 passei escutando dela e dos médicos, que minha babe Golda iria morrer em breve. Teimosa como poucos podem imaginar, ela viveu. Lúcida, presente, culta, atualizada e, como disse meu primo: moderna. Soube como ninguém observar e aceitar as mudanças do mundo. Foi uma das primeiras mulheres do Brasil a tirar uma carteira de motorista. Levou os filhos e netos pra cima e pra baixo.
Minha babe Golda tinha o dom de estar no centro. Esteve no centro da família, de festas, de histórias, de corações,…de intrigas e brigas. Muitas. 
Ela quiz fazer o celegial na Polônia, o que era ousado, e fez. Estudou e guardou seus cadernos até hoje. Assistiu brigas tristes em nossa família e soube sobreviver a elas. Foi generosa e foi egoista. Foi amorosa e malvada. Foi lider e foi observadora. Foi comunista, revolucionária e tradicionalista.
A babe Golda soube ser uma antítese. Tornou minha vida mais interessante, rica, profunda. É impossível descrevê-la de forma simples. Ela jamais conheceu a idéia de simples. Ela era o mais absoluto símbolo da tragicômica mãe judia que deixa os filhos neuróticos numa constante pulsação de queixas e elogios que não permite, jamais, a absoluta paz de espírito ou a completa desistência. Nos ultimos anos, tornou-se cada vez mais doce, cada vez mais próxima. A cada vez que a via, embrulhava meus rosto com as mão e me dava beijos, em series de dez pra não perder a oportunidade. Fazia isso com todos ultimamente.
Na infância, morava em uma casa de barro, e brincava na neve esperando congelar o rio para brincarem com trenós. Na juventude mudou de país, de continente. Encontrou uma terra nova que fez a sua terra, e nos ensinou a amar este país. Ela se dizia brasileira, amava ser brasileira e amava o Brasil. O lugar onde trabalhou duro, ganhou uma moeda, conheceu seu marido, vindo também da Polônia. Juntos, ganharam mais moedas, tiveram filhos, sobrinhos, amigos, netos, bisnetos…
Babe Golda morreu, foi em paz. Descansou. Estava querendo descansar, eu acho. Uma saga linda e intensa, de 95 anos de amor, dor, alegria, sofrimento, ódio, admiração, carinho, desprezo, encontros, desencontros, frustrações, surpresas, ilusões, reclamações, elogios, conversas, silêncios, gritos, intrigas, brigas, amizades, comemorações, risadas, projetos, hospitais, festas, uns que foram, outros chegaram, força, fragiligades, medos, construções, ensinamentos, nascimentos, mudanças,… saudades.
Saudades.

Golda Wolak Szewc, a babe Golde, nasceu na Polônia em 1915 e faleceu em São Paulo, enquanto dormia na madrugada do dia 13 de outubro de 2010, 16 dias antes de completar 95 anos pelo calendário gregoriano, mas 12 dias após completar 95 anos pelo calendário lunar judaico. Ela nasceu em Sichat Torá, dia em que comemoramos o recebimento da Torá, o livro que nos guia pela vida. Dia em que Deus nos dá presentes especiais.

Thursday, October 07, 2010

Sustentabilidade numa sociedade de consumo. Dá?

Publicado no www.itu.com.br : Quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ando próximo de vários movimentos de sustentabilidade corporativa.

Há algo em tudo isso que me preocupa entre as eventuais alegrias de ver uma ou outra coisa muito bem feita, apoiadas ou até estruturadas pelas empresas.

São alguns paradoxos que não consegui resolver, e dizem respeito principalmente às relações e ao planeta.

Vivemos em uma sociedade essencialmente corporativa, onde o poder das corporações é crescente e o seu foco é absolutamente claro: maximizar lucros. Isso é assim, pois o sistema foi contruído para isso. Qualquer pessoa, em uma grande corporação, que tentar afrontar isso será expelida pelo sistema. Independente do cargo ocupado. É a sociedade de consumo, dominada por grandes corporações, com poder imenso.

Agora, a maximização do lucro transforma cuidados com o meio ambiente em custo. Cuidados com os relacionamentos, e ética acima de preço, em custo também. O movimento de sustentabilidade tenta erguer em sua bandeira estes dois pilares, ao lado da sustentabilidade financeira de longo prazo. Modelos, como Ethos ou GRI, foram criados para parametrizar relatórios de Sustentabilidade nas empresas. Mas o que vejo é que as corporações aprendem a gerar seus relatórios, mas a cultura mantém áreas escuras que passam entre os dedos da sustentabilidade. É difícil que seja diferente, pois, em última instância, empresas tentarão incentivar o consumo. Quando todas assumirem algumas posturas básicas de sustentabilidade, pressionadas pelo mercado, isto deixará de ser um elemento diferenciador, e perderá sua força como diferencial competitivo. As empresas cessarão seus investimentos em sustentabilidade exatamente neste ponto. Assumo que isto representará uma melhora considerável, mas muito pequena frente ao tamanho da reversão que precisamos criar na questão ambiental. Há uma necesidade gigante de mudar radicalmente alguns valores em nossa cultura.

Por fim, exitem dois pontos principais que me fazem questionar o caminho que vamos seguindo. Primeiro, o paradoxo: Podemos criar uma sociedade que tenha a sustentabilidade realmente como um valor importante em uma sociedade de consumo dominada por grandes corporações?

Em segundo lugar: Se isto é possível de alguma forma – e não estou seguro de que seja – certamente deverá passar por uma atuação mais séria do Estado. Um Governo mais comprometido com a construção de um país exemplo em sustentabilidade é fundamental, e hoje isto efetivamnte não existe. O Capital ainda fala muito, mas muito, mais alto do que o problema ambiental e o problema da sustentabilidade da nossa vida neste planeta.

Saturday, September 25, 2010

Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores
emocionante profundo triste...

A entrevista de Geraldo Vandré exibida hoje (25 de setembro, 2010) na Globo News foi uma das coisas mais tocantes e tristes que assisti nos últimos tempos.


Uma alma rica, alegre, humanista e corajosa, foi esmigalhada pela vergonhosa, imoral e covarde máquina da repressão militar durante a ditadura que tivemos neste país nas décadas de 60 e 70.

Vandré articula sua fala com sabedoria e sensibilidade, mas com um psiquismo destruído que revela em suas entrelinhas um corpo agredido, machucado, mutilado. Vandré chegou a dizer que segue exilado, jamais voltou. Jamais pôde voltar, pois o homem que era foi destruído, junto com, como ele afirma, aqueles brasileiros idealistas que ainda acreditavam no cenário político.

Vandré foi parte da trilha sonora de minha infância e foi ao som de suas canções que meus pais me ensinaram o que é liberdade, democracia, idealismo. Ao vê-lo nesta entrevista, primeira à TV desde seu exílio. Sofri entre lágrimas a pobreza humana que vivemos.

Lamento discordar profundamente de Zé Ramalho, que há alguns anos declarou que Vandré está ótimo e produtivo. Discordo sutilmente da opinião dada pelo entrevistador que o entrevistou há algum tempo pro Cliquemusic, quando diz que ele está calmo e que "não pirou".
Vandré não "pirou", se por piração esperamos alguém dizendo frases sem sentido e andando pelado em praça pública, mas sua saúde mental é uma sombra que escurece sua mente machucada e assustada. Não dou muita atençao a classificações patológicas, mas, ao meu escutar e meu olhar não soa como bem, não soa como calmo e produtivo. Soam como a manifestação de um artista ao sofrimento tão profundo que ninguém poderia compreender e ele não aguentaria dividir.

Hoje temo por um país que reelege um governo que, a meu ver, se banha em um populismo puquíssimo democrático. Em respeito profundo a Geraldo Vandré não farei deste texto um manifesto político, mas um pedido por humanismo, seriedade, amor e construção conjunta. Nestes aspectos, nosso país vai de mal a pior, tomando rumos empobrecedores, Um pedido que faço apenas a Deus, evitando assim trazer a Vandré o universo político que ele, nitidamente doente, enfraquecido, moído, faz questão de manter fora de sua vida, provavelmente, por não poder jamais livrar-se das consequências de sua maravilhosa existência e seu encontro com o idealismo político e humano. Já que, no fundo, deveriam estes dois ser apenas um. Mas não são.

Poucas vezes vi um homem tão ressentido, magoado e sem forças de reagir. Um homem que criou para si um isolamento completo, talvez por não poder isolar-se de todos aqueles que estiveram em seu passado e que frequentam suas traumatizadas lembranças, que devem esconder-se do que lhe é consciente pra assombrar seu eu mais profundo.

No dia em que Vandré completou 75 anos ele foi deitar-se sozinho num quarto de hotel, e eu vou me deitar triste, com vergonha e com medo do que pode o ser humano desumanizado fazer com o outro.
...E pra não dizer que não falei das flores...

Monday, September 13, 2010

On Week! No dia 23/09, às 18h30, falarei sobre a influencia do medo na carreira profissional.
Dicotomias Federais

Na seana passada eu resolvi organizar algumas coisas. Pra começar, mirei algumas:
- Regularizar minha carta de motorista que estava suspensa.
- Tirar passaporte, já que o meu etá pra vencer.
- Tirar a segunda via do meu R.G., porque o meu tem 29 anos e ninguém mais quer aceitá-lo.

Entrei no site da Polícia Federal, vi a lista de documentos, preenchi os formulários, imprimi a Guia de pagamento e paguei. Tudo em menos de dez minutos na Internet. Mas o site disse: "Sem horário para agendamento. Comparecer à PF." Tudo isto na quinta feira.

Hoje fui até a Polícia Federal com os documentos. Cheguei às 8:00h e sai de lá às 8:30h...com tudo resolvido! Impressionante.

Enquanto isso, tento tirar meu R.G.
No site da Secretaria de Segurança mandm ir no Poupa Tempo. No Poupa Tepo dizem que só com agendamento por telefone. O telefone está SEMPRE ocupado. Fala sério!! Vou começar a andar por aí com o passaporte.

Friday, September 10, 2010

Governador apoiado por Lula é preso!...mas ele não sabia de nada.
estou profundamente indignado e sem esperanças




Na boa! Primeiro, metade do mais alto escalão do Governo Lula cai por escândalos de corrupção, e ele não sabia de nada?! Depois, apóia o Sarney durante um dos mais vergonhosos escândalos de corrupção e abuso de poder do Senado Federal, que teve um desfecho ainda mais vergonhoso, e tudo bem?! O Sarney seguiu como presidente do Senado e, na semana passada, o processo contra seu filho foi arquivado. Nós aqui, sendo tratados com desrespeito absoluto. Lula disse que ele deveria ser respeitado por ter sido presidente. Que?! Tipo Nixon? "Quando um presidente faz não é crime"?


Agora Lula aparece o tempo todo pedindo apoio ao Netinho, que, com todo o respeito, que é bem pouco, naõ é um cara nem com moral e nem com atitudes pra assumir uma cadeira na Casa de Representação do Povo! Netinho Senador?!! Fala sério? Depois reclamam do Tiririca!

Agora, foi preso o Governador do Amapá, que era apoiado em público pelo Lula. Ele está com a Dilma, diz sua campanha! Como hipótese: Se o Lula estava envolvido ele é um  criminoso. Se sabia, é criminoso também. Se não sabia, como diz, é péssimo gestor federal, pois nunca sabia de nada do que se passa no país, mesmo quando envolvendo pessoas tão próximas dele. Não dá mais. É muita impunição e descaso neste país!

E ai? Nada? Tá tudo bem?!!

Meus caros brasileiros, me desculpem, mas como é que o Sr. Luis Inácio segue com cerca de 90% de aprovação?!! Este país está afogando-se na ignnorância e na péssima intenção de algumas facções de nossa política. É triste. É indigno e vergonhoso!

Thursday, September 09, 2010

Cabeça do Ano
Estamos em Rosh Hashana, ano novo judaico. Isto quer dizer que pelo calendário judaico, que é lunar e não solar, estamos no final de um ano e início de outro. Começamos o ano de 5771!


E ai? E aí que o ano novo judaico funciona assim: Primeiro temos dois dias de Rosh Hashana, que quer dizer Cabeça do Ano. Dez dias depois temos o Yom Kipur, dia do perdão, quando fazemos um jejum de pouco mais de 24 horas. Neste dia, rezamos e jejuamos. Enquanto isso, Deus pensa se seremos inscritos mais uma vez no livro da vida. Estes dez dias são um período para repensar, pedir perdão, redefinir objetivos e metas e, por fim, dar início a mais um ciclo. Também é um período em que comemos doces! Chocolate e mel pelo menos, para termos um ano doce.

A idéia de ciclos de recomeço está presente em muitas tradições. Neste período de Rosh Hashaná, há muita energia favoráel para repensar e recomeçar, disponível no planeta. Nem que seja devido a algumas dezenas de milhões de judeua rezando e se concentrando para isto no mundo todo.

Portanto, se você tá precisanos repensar fundo e dar um novo pontapé na vida, Aproveite! ...e Shaná Tová!

Wednesday, September 01, 2010

Proibiram a Piada e Perderam a Graça

Este artigo foi publicado hoje (01/09) no site de Itu.
Replico ele aqui pois acho este um dos textos mais relevantes que já publiquei, pois acho o tema muito grave e sério.

Eu tentei, mas é impossível não comentar sobre a palhaçada que foi cogitada neste país, de proibir o humor sobre o processo eleitoral. Meus caros polítivos e governantes, o humor faz graça para aliviar a tensão e evidenciar temas duros e polêmicos, com os quais outras formas de manifestação, por vezes, não conseguem lidar. Se os incomoda o fato de como vem sendo feito um humor escrachado sobre a política, tenham a decência de assumir que são vocês que devem produzir menos material para que o humor seja feito. Tenham uma atuação que sucite admiração e discussão, ao invés de piadas e absurdos da palhaçada.


O humor é uma forma legítima e fundamental de manifestação. Proibir o humor é uma atitude que me assusta demasiadamente, pois é antidemocrática, semi-ditatorial e empobrecedora. É como exigir que uma criança cale o seu choro enquanto não aprender a falar. É cruel, desrespeitoso, e evidencia uma imaturidade absurda no entendimento sobre um povo e uma nação. Espero que seja isto, pois se não o for, é má intenção pura.

Não, eu não acho bom chegarmos a um nível de humor em que a política vira uma palhaçada. Eu acho que este país deveria começar a levar política a sério e assumir que não tem mais graça. Mas não por decreto! Não podemos contribuir mais para que a arena política seja um picadeiro circense. Temos de exigir seriedade com seriedade. Mas isto se constróio, não se determina. Muito menos quando há situações verdadeiras que são mais absurdas do que as piadas que alguns tentam proibir. A política deste país ainda é carregada de palhaçadas. Se as piadas sobre isto os incomodam, meus caros políticos e governantes, ótimo, pois esta é a função delas. Honrem seu poder, dado pelo povo, para se fazerem dignos de respeito ao invés de material pra tristes piadas. Não usem este poder para calar a manifestação legítima pela qual é escancarada a realidade da política deste país que, sem dúvida, já perdeu a graça.

Para meus queridos leitores, se este texto pareceu demasiado duro, me desculpo. Pensei em fazê-lo mais bem humorado, mas tive medo que ele fosse proibido.

Monday, August 30, 2010

I don´t need to know the meaning of life!... but I pretty much would like to feel it.
Essa Galera é o Caos
Artigo publicado na revista ResultsOn - setembro 2009

Não há dúvidas de que uma nova geração de profissionais chega ao mercado numa onda de mudanças fantásticas. Estão mais preocupados em se realizar do que em agradar a todos. Entendem o coletivo. Não acham contravenções uma coisa engraçada e, muito menos, a corrupção aceitável. Possuem grande capacidade de inovar e estão dispostos a fazer isso nas organizações onde trabalham, desde que elas se façam interessantes pra eles.

Mas o que chama a atenção é a capacidade de dar um fim ao certo, pondo abaixo a velha visão de certo e errado. Em um mundo que demanda inovação e que não sabe exatamente como as coisas devem ser feitas no futuro, a ideia de que “tem que fazer o certo e não pode errar!” é simplesmente ultrapassada.
Um desafio é começar a criar espaço nas empresas para a aprendizagem consciente baseada na experiência. Uma jornada é mais interessante quando não sabemos onde ela dará. Errar, cada vez mais, terá de ser incorporado como parte natural dos processos. É claro que para isso é preciso desenvolver um forte senso de responsabilidade.

O conhecimento precisa aprender a abraçar a dúvida e o inexplicável. As coisas não podem mais ser vistas como resultado direto e reproduzível de algo. Há que se aceitar a multiplicidade de variáveis que influenciam cada resultado. O mundo é complexo! É chegada a hora de acatarmos – e isso vale para os gestores – as sensações sem explicação lógica, e incorporar a pura vontade como razão válida para se fazer algo. E, quem sabe, uma geração que questiona o que é certo esteja mais preparada para isso? Tomara!

Tuesday, August 24, 2010

O Buraco é Mais Embaixo

Discussões sobre a mensuração da propaganda na WEB geram discussões

Te se discutido muito a mensuração de campanhas, ou ações online. Até a nomenclatura clássica da comunicação tem dificuldade de nominar a atuação das empresas na WEB. Pois não são somente campanhas, ou ações. São canais de relacionamento contínuo, que geram reações por muitos meios diferentes. Os modelos de mensuração da mídia clássica, como o GRP, por exemplo, são evidentemente pobres para medir isto. Alguns profissionais defendem que o uso de uma feramenta já familiar faria crescer as verbas alocadas na WEB. Mas esta discussão só assumiu relevância porque estas verbas já estao aumentando muito. Enquadrar a mídia online em padrões antigos de mensuração é empobrecer o olhar sobre ela e diminuir a capacidade do mercado de mostrar e vender inovação.
Mas, por fim, acho que há algo maior que isto mudando. Algo que o mercado ainda terá dificuldade de entender e aceitar. Primeiro é que a mudança radical passa pelo fato de que a mensagem, quando jogada ao público, segue se transformando. Ela tem de ser muito mais detalhadamente acompanhada do que na mídia menos interativa.
Mas o segundo grande ponto é que nós estamos entrando na era em que precisaremos aceitar que não poderemos mais mensurar com tanta precisão as consequências de uma ação. Não no curto prazo, pois a multiplicidade de canais para uma mensagem se ampliar é gigantesca. O mercado será um termômtro importante e ele mostrará rápido o resultado, mais rápido do eu intrumentos de mdição. Durante a Guerra do Golfo, em 1990, declarou que ele acompanhava a evolução das tropas, ás vezes, pela CNN. Pois a CNN estava no front, transmitindo ao vivo, mais rápido do que o seu sistema de informações.
Cada vez menos poderemos controlar a expansão das mensagens. O caminho é aprender lidar com o diálogo. E reagir passa a ser tão importante quanto agir.

Monday, August 23, 2010

Nosso mundo mental é um grupo. A solidão e o isolamento são reações ao coletivo. O coletivo nos constitui, tanto quanto a individualidade, e a individualidade absoluta é fruto da ilusão.