O Enigma da Esfinge
Na Grécia antiga a educação dava-se através dos mitos e das histórias de deuses e suas relações com mortais e monstros. Uma delas conta sobre o Oráculo de Delfos, onde era possível consultar-se com a sacerdotisa Pitonisa, porta-voz da sabedoria de Apolo, deus da luz e das profecias.
Segundo a mitologia, o Oráculo de Delfus apresentava a quem se consultava, o Enigma da Esfinge e por isso há uma estátua da esfinge no templo de Apolo. A imagem tem uma cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia, representações da inteligência do pensar, da coragem do leão e das asas que permitem a elevação espiritual. A palavra esfinge significa apertar a garganta, sufocar. Aquele que decifrasse o enigma sobreviveria, aquele que não conseguisse desvendar sua charada morreria sufocado. A Esfinge dizia: “Decifra-me ou te devoro!”
O enigma da esfinge está composto de três perguntas:
Quem é você? De onde vem? E para onde vai?
Aquele que não souber as respostas para essas perguntas sufocará até a morte.
A representação do mito é profunda: Não conhecer a si mesmo é sufocante. Todo o segredo do Universo se resume a conhecer a si mesmo e buscar constantemente aprofundar este conhecimento.
Quando nos sentimos agredidos por alguém, tendemos a agredir o outro de volta, atribuindo a ele a ação que nos incomodou. O que nos incomodou realmente, porém, é algo que é nosso, não do outro. Ainda que despertado por ele.
Um grande amigo me ofereceu uma metáfora simples: Irritar-se é natural, mas atribuir ao outro a culpa é como se olhar no espelho, não gostar da imagem, e tentar mexer na imagem refletida para alterá-la. Não resolverá. O espelho apenas nos reflete e, para mudar o reflexo, teremos que mudar a nós mesmos”. Sem assumir isto tentaremos alterar a imagem no espelho, obviamente sem sucesso. Por fim, podemos acabar quebrando o espelho. A imagem irá desaparecer, mas a minha sensação de que a questão foi resolvida não passa de uma ilusão e a situação se repetirá no próximo espelho.
Precisamos compreender isto para olhar a esfinge nos olhos, ver a nós mesmos profundamente sem medo e sem sustos. O que mais nos assusta são as profundezas do nosso ser. É nesta escuridão, onde residem nossos medos e nossa fraqueza, que reside também a nossa maior força.
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