Friday, April 30, 2010

A Muralha da China Cresceu!


A Grande Muralha da China pode ser vista até da lua. Mas a muralha imposta pelo Estado ditatorial chinês continua existindo e crescendo sob o olhar hipócrita dos estados que dizem defender a democracia no planeta, mas aceitam negociar com o país asiático, desde que suas economias possam se beneficiar com isto.


A China aprovou nesta quinta-feira, 29, uma lei que obriga provedores de internet e de serviços TI a colaborarem com autoridades governamentais em investigações sobre vazamento de "segredos de Estado", uma definição pouco precisa que permite uma avaliação subjetiva e aleatória, classificando aí qualquer coisa que assim queiram.

Cada país tem direito a escolher sua conduta e cada povo tem o direito de reagir como quiser. O que me incomoda é a hipocrisia que rege as críticas aos estados ditatoriais em países que não pensam duas vezes antes de fazer negócios com a China. Pode ser que a China seja pressionada a mudar quando sua economia estive demasiadamente baseada nos negócios internacionais. Mas pode ser que a riqueza gerada por estes negócios todos permita este vergonhoso estado totalitário de governo a se esconda atrás de índices econômicos positivos.

Estamos tentando impulsionar um movimento sério de sustentabilidade social, econômica e ambiental no universo corporativo nas principais economias do mundo. Mas de que adianta isto se, ao ver as novas demandas de adequação de seus parques fabris, as empresas podem simplesmente deslocar suas estruturas produtivas para a China, escondendo incoerências atrás da muralha que cerca o país.

Acredito no liberalismo econômico de maneira geral. Gosto do pensamento fisiocrata, mas entendo que a atuação dos Estados para regular e direcionar ainda são importantes para dar coerência a todo este movimento. Infelizmente hoje ninguém realmente acordou. Nenhum Estado entendeu a realidade sobre o risco que sofremos em esgotar nossas condições de sobrevivência no planeta. Nossos governantes, no mundo inteiro, ainda pensam no curto prazo. No Brasil, não vale nem a pena começar a análise. Nossa política ainda é imatura, e o Brasil só poderia assumir mais importante posição no contexto global se parasse de pensar pequeno e entendesse que o que se precisa são novos paradigmas de análise. Olhares novos, com novos parâmetros de medida de sucesso e fracasso. Enquanto isto não acontecer, sigo gostando muito e acreditando pouco neste país.

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