Medo de uma "Primavera Tibetana"pouco florida
Dalai Lama se afastou, neste dia 29, do comando político do governo tbetando no exílio. O novo governo já alterou sua denominação de Governo Tibetano no Exílio para Governo do Tibet.
O governo tibetano estabelecido na vila de Daramshala, na Índia, aos pés dos Himalaia, não é reconhecido por nenhum outro país, e a China recusa-se a reconhecer a independência tibetana.
Monges condenados à morte pelo Governo chinês figuram em cartazes pregados nas paredes sujas de Daramshala, onde há um fervilhante movimento político pela liberação do Tibet.
Estive em Daramshala há alguns anos, e vi uma juventude organizada e cansada de sua vida no exílio, realizando atividades constantes de educação sobre o Tibet. sobre a liberdade e sobre o regime ditatorial chinês.
Com os crescentes movimentos de liberação, à sombra da chamada "Primavera Árabe", temo que o afastamento de Tenzin Gyatso, o XIV Dalai Lama, do comando político do movimento, acabe por dirigir o processo de independência tibetano a uma fase mais agressiva em busca de sua independência.
O Dalai Lama segurava as facções violentas e menos pacientes do movimento. Há alguns anos os monges, cansados da espera, sairam às ruas chinesas queimando veículos e enfrentando a polícia, mesmo à revelia dos pedidos de seu líder. A China evidentemente reprimiu violenta e duramente o levante.
Por fim, sou a favor da independência do Tibet, sou contra a hipocrisia global que cala frente ao regime chinês devido a interesses econômicos. E, por fim, sei que pouco conversação vem sendo aceita pela China sobre o tema.
Ainda assim odiaria ver a violência tomar conta do movimento no Tibet, colocando uma sombra sobre um caminho paciente e pacífico. O mundo, através de suas instâncias internacionais, como a ONU e mesmo com uma posição clara assumida pelo EUA e EU, deve ajudar o Tibet antes que torne-se mais um foco de violência. Veremos o que o futuro trará. Espero que seja uma paciente e forte espera, brindada por insistentes tentativas de negociação.
Quem sabe o mundo resolve dar mais ouvidos ao Tibet em suas reinvindicações, vendo a relevância de seu movimento para um mundo melhor, e ajuda a sua primavera a ser uma primavera de verdade, masi florida do que sua situação atual?
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