Thursday, July 29, 2010

Back from Galapagos...

Thursday, July 15, 2010

Estarei de férias por um tempinho e não terei acesso à Internet. Portanto: não. Eu não esqueci do blog. Estarei de volta em breve.  I´ll be on vacation for a while with no acesso to Internet. But I´ll soon be back!
National Geographic

09/07/2009

Jeremiah Ridgeway compartilha sua experiência no Paquistão. Lindo.

Eu quero ser gay!


Sem mergulhar demais em como é ridícula nossa sociedade, ou pelo menos seu modelo mais clássico, acabei vendo o tema vir à minha mente frente à leve e feliz decisão da Argentina em aceitar os casamentos homosexuais.

Pra mim este negócios de definir homosexual ou heterosexual já representa uma fragmentação meio estranha. Acho que o que faz sentido é a atração e o amor. Se alguém está atraído por um homem, seja ele homem ou mulher, ok. Viva sua sensação e curta isto. Tem mulheres que se sentem atraídas por loiros, outras por morenos, outras por mulheres. Tem gente que curte muitas experiências e gente que curte monotonia. Tem gente que gosta de transar de luz acesa e gente que prefere o escuro.
Um dos maiores problemas da nossa sociedade, pra mim, é a mania que temos de achar que devemos determinar o que é bom e o que é ruim, e o que é certo ou errado. Quem medo é esse? Deixa rolar!

Esse parâmetro de certo e errado, muito forte na sociedade ocidental, pelo menos, ou principalemnte, do início do século XX até os anos 90, tornou as instituições sociais verdadeiras prisões. A espontaneidade foi assassinada e as pessoas se fragmentaram em vidas paralelas. Algumas reais outras imaginárias, ou algumas virtuais.

Por fim, a fragmentação era tanto que a palavra para definir os homosexuais, de gíria virou conceito, e no mundo inteiro virou “gay”. Gay, na real, quer dizer alegre! A espontaneidade foi tão violada que ser alegre virou sinônimo de assumir um papel marginalizado e considerado errado. Pois é assim que a sociedade clássica via, e ainda vê, os homosexuais. Essa alegria evidente, o corpo solto e a risada foram todos colocados no mesmo saco! Que sociedade ridícula! Chega, né?

Bom, eu gosto de ser alegre. Eu quero ser gay! Ao marginalizar os gays estamos marginalizando também o nosso direito à alegria e à espontaneidade...e se eu gosto de transar com mulheres, homens ou qualquer outra coisa, bom, isto só diz respeito a mim e àqueles com quem eu quiser dividir.

Tuesday, July 13, 2010

O que torna complexo o coletivo é que nele existem muitas individualidades. Cada uma com seu individualismo. M.Svartman
A ilusão da simplicidade excessiva, deixa o complexo ingerenciável. Simplicidade é abraçar as variáveis, não ignorá-las por teimosia. M.Svartman

Monday, July 12, 2010

Estou com vergonha do lixeiro


Publicado na coluna do www.itu.com.br : Terça-feira, 27 de abril de 2010
não costumos postar aqui os artigos da coluna, mas este texto teve um índice altíssimos de leitura. Resolvi colocá-lo aqui também.

Hoje, em São Paulo, garis e lixeiros entraram em acordo e suspenderam a greve que estava marcada para começar nessa terça feira. Aceitaram o acordo proposto pelas empresas e ficaram com os 6,5% de reajuste proposto, contra os 8,71% pedidos. Lembrei que ontem à noite acordei com o barulho excessivo do caminhão de lixo. Na hora fiquei muito bravo. Pensei em formalizar uma reclamação. O barulho era mesmo absurdo.
Não sei porque, mas hoje, ao ver a notícia da greve me vi frente a frente com minha óbvia incoerência. Se ontem acordei com o barulho é porque algo foi pior que o habitual. O que tenho eu a dizer sobre os outros dias em que nada escuto. Vivo minha vida em minha confortável ilusão de equilíbrio e despejo os restos de minha folgada atividade no lixo. Tomo o cuidado mínimo de fazer uma coleta seletiva, mas me satisfaço com indiferença com o fato de que, no dia seguinte, milagrosamente o lixo terá ido embora. Nada de cascas de banana apodrecendo, comida velha juntando bichos, ou latas com resto de comida cheirando mal. Nem mesmo todo o trabalho que dá para reciclar o material que separei eu preciso ver.
Não acho que devamos começar a levar nosso próprio lixo ao aterro, pois para isto existem os profissionais. Pessoas devidamente equipadas, trabalhando para empresas devidamente preparadas para fazê-lo. Mas me dei conta que só percebo os queridos lixeiros quando me acordam no meio da noite ou quando atrapalham o trânsito em demasia. Andam em um caminhão gigante com luzes piscando e, ainda assim, conseguimos ignorá-los. Acho que jamais em minha vida dei bom dia, boa tarde ou mesmo agradeci a um lixeiro. Um dos nossos clientes é uma grande empresa que, entre outras coisas, trabalha com coleta de lixo. Soube que os lixeiros têm, em sua maioria, vergonha de sua profissão. Soube de um senhor que trabalha nisso há mais de dez anos e, feliz, conseguiu emprego para seu filho. O filho, após alguns meses, demitiu-se. Preferiu o desemprego. Me senti triste e envergonhado ao saber disso.
Como podemos, nós, deixar que se sintam assim? Humilhados? Justo eles que quase anjos são. Fazem desaparecer a nossa sujeira num piscar de olhos, correndo pendurados em seus caminhões e gritando sua eficiente comunicação. Sou tímido por natureza e por vezes pareço até mal educado. Mas minha timidez se torna, assim, um capricho que terei de superar, pois decidi que quero agradecer o meu lixeiro. Quero olhá-lo no olho e lidar com minha vergonha por, provavelmente, não ter jamais feito isto antes. É nossa sociedade que nos dissocializa.
Temos que mudar. Isto também é construir uma sociedade sustentável.

Sunday, July 11, 2010

MAFARO - Abujanra
Gigante com cueca de anão.

Abujanra está genial no show e CD, Mafaro!


Ele retomou uma pegada “Mulheres Negras”. As letras das músicas são inteligentes e muito divertidas. Seriedade com leveza e os arranjos eu gostei muito. O show integra vídeos com as músicas e interage com a banda e a platéia, numa toada multimídia que o artista abraçou com facilidade. Não é absolutamente inovador, mas segue sendo ousado e foi bem feito. Os gráficos no vídeo são divertidos enriquecem a música. Ontem no SESC Pompéia, o show foi muito animado e divertido. Altíssimo astral.

Pobre Macbeth



Direção de Aderbal Freire-Filho, com Renata Sorrah e Daniel Dantas



Fui assistir e, infelizmente, achei bem fraco.

O palco, bem grande, abriga uma cenografia simples e aparentemente bonita. Infelizmente, resta aos atores preenchê-lo, o que eles não dão conta de fazer. A grande maioria deles não tem voz para tomar o teatro e, em boa parte de platéia, tentar escutá-los torna-se angustiante. Renata Sorra e Daniel Dantas preenchem o palco com mais competência que os demais. Mas não gostei de como Daniel interpreta Macbeth, e ainda assim, os demais atores deixam bastante a desejar em sua atuação. Macbeth me pareceu demasiadamente fraco para realizar ações tão ardilosas. Não consegui sentir realmente a angústia da ambivalência que forma os serem humanos e que, em Macbeth, é tão central. As mesas no cenário, que em boa parte da peça funcionam como pequenos palcos, são forradas com diferentes tecidos para ambientar as cenas, mas o efeito é demasiadamente sutil para ajudar a peça a ser estruturada. Sem contar que, em certo momento, para representar que estão na Inglaterra, e não na Escócia, onde se passa a maioria do espetáculo, cobrem a mesa com a bandeira da Grã-Bretanha. Ao invés de usar a bandeira da Inglaterra, branca com uma cruz vermelha, usam a do Reino Unido, Azul com os cruzados vermelhos e brancos.

No segundo ato, as cenas em que simulam estar cavalgando, feita pelos atores sobre as mesas, é algo entre engraçada e patética. Uma forma ousada e simples de representar, mas que ficou muito ruim na minha opinião.

Enfim, o texto é ótimo e a tradução me pareceu agradável e, creio, tenha sido bem feita. É sempre louvável a ousadia de representar Shakespeare e a busca por formatos novos. Mas neste caso eu não gostei do resultado. Os atores me pareceram muito preocupados com suas falas (que aliás careceram em boa parte de uma dicção mais clara) e marcações, e esqueceram de tocar o público. Pena.